A Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio da Tailândia apertou o cerco contra uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, a Huobi, e deu três meses para a empresa devolver os fundos aos clientes e fechar sua plataforma local. As informações foram publicadas pelo Bangkok Post.
O motivo da interdição, conforme comunicado do regulador citado pelo site, é que a empresa não cumpriu com os requisitos regulatórios, mesmo o órgão tendo dado duas chances para fazê-lo nos últimos cinco meses. Além disso, diz a publicação, a CVM tailandesa redigiu uma resolução que recomenda ao ministro das finanças do país a revogação da licença da Huobi que estava vigente desde 2019. Nesse meio tempo, a exchange mudou o nome para DSDAQ Co.Ltd.
Huobi não cumpriu requisitos
Durante uma revisão técnica no ambiente operacional da Huobi que ocorreu entre os meses de fevereiro e março deste ano, o regulador disse ter encontrado tanto falhas na estrutura quanto na gestão de ativos da empresa e concluiu que tais irregularidades violavam os regulamentos.
A comissão se reuniu então e solicitou à Huobi que corrigisse os erros, de acordo com a Lei de Ativos Digitais. No entanto, segundo o regulador, a empresa não conseguiu resolver o problema dentro do prazo.
Em abril, o órgão decidiu pedir à Huobi que suspendesse temporariamente seus serviços e corrigisse as falhas em uma determinada data. A comissão também pediu à empresa que devolvesse os ativos aos seus clientes.
No entanto, a exchange continuou pedindo extensões do prazo e foi atendida. Porém, até o último dia 3 deste mês, a corretora ainda não tinha sido capaz de resolver os problemas após meses de espera.
Exchange enfrenta governos
No mês passado, a Huobi entrou na mira do órgão regulador da Espanha, a CNMV, juntamente com mais 11 empresas de criptomoedas, por oferecer derivativos de bitcoin. A entidade disse que as empresas citadas não estão listadas no correspondente registro da comissão e, portanto, não estão autorizadas a fornecer serviços de investimento ou outras atividades sujeitas a supervisão da instituição.
Em julho, a exchange decidiu dissolver sua subsidiária ‘Beijing Huobi Tianxia Network Technology Limited’, baseada em Beijing, na China. A medida também já havia sido tomada pela Okcoin um mês antes, em decorrência da repressão do governo a empresas do setor.
A Huobi lançou uma filial no Brasil em 2018, mas por motivo desconhecido encerrou as operações meses depois. No mês passado, mudanças na plataforma sugeriram que a empresa não desistiu do país, quando passou a permitir o uso do real na compra de bitcoin, ethereum, entre outras criptomoedas.