Criptomoeda LUNA deve ganhar nova versão; veja o que muda para os investidores

Quem tem Luna Classic e UST na carteira será beneficiado por airdrop, caso a nova blockchain Terra seja aprovada e lançada ainda nesta semana
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Foto: Shutterstock

A votação do plano de recuperação proposto para o ecossistema Terra (LUNA) segue avançando nesta terça-feira (25). Pelos números atuais, a proposta que defende a criação de uma nova versão do token LUNA deve ser aprovada pela comunidade na quarta-feira (26), quando se encerra a votação.

Se de fato a proposta for aprovada, a nova versão da criptomoeda será lançada já na sexta-feira, 27 de maio. E ela chega com mudanças importantes.

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Quando a nova blockchain da Terra possivelmente estrear no final desta semana, a rede antiga terá o seu nome alterado para Terra Classic. Da mesma forma, a atual versão da Luna passará a se chamar Luna Classic e será identificada pelo símbolo LUNC.

Assim, a nova blockchain e moeda ficarão com o nome original, enquanto a versão antiga será identificada pelo “classic”.

Sem hard fork

A Terraform Labs frisou no Twitter que o lançamento da nova rede não representa um hard fork – conforme dava a entender até então. Na prática, um hard fork separa uma rede em duas — uma dá continuidade ao protocolo anterior e outra que segue a nova versão. Neste cenário, o histórico de transações fica salvo em ambas as versões da cadeia, mesmo após a atualização.

Não é o que vai acontecer no caso da Terra, que ganhará uma nova rede do zero e que terá um bloco gênesis demarcando o início da blockchain.

Isso quer dizer que dApps e outros ativos criados da rede antiga não pré-existirão na Terra e, portanto, precisarão passar por uma migração manual. Alguns projetos DeFi do ecossistema Terra, como Prism Protocol e Stader Labs, já se comprometeram em lançar novamente seus produtos na nova rede.

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Morte da UST

A stablecoin algorítmica TerraUSD (UST), no entanto, não ganhará uma versão atualizada na nova blockchain. UST continuará existindo no mercado, mas não terá mais desenvolvimento da Terraform Labs. 

Vale lembrar que a empresa, por meio da Luna Foundation Guard, gastou US$ 3 bilhões e praticamente esvaziou sua reserva de bitcoin para tentar recuperar o lastro da stablecoin, e mesmo assim não conseguiu salvá-la.

Por enquanto, parece que a mesma coisa acontecerá com a versão antiga da Luna (LUNC) já que a Terraform Labs não informou ainda se prestará algum tipo de suporte à cadeia antiga quando a nova for lançada.

Como será a distribuição da nova LUNA

Os investidores que ainda tem LUNA e UST na carteira — ou tinham antes do colapso da moeda —  não ficarão de mãos abanando. Eles serão beneficiados por um airdrop da nova versão da moeda, caso ela realmente venha a ser lançada na sexta-feira. 

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Dois snapshots — registros das carteiras e seus montantes em um determinado tempo— serão feitos para determinar os beneficiados pela distribuição de tokens.

O primeiro snapshot “pre-attack” será do bloco 7544914 do dia 7 de maio — antes do colapso da Luna — e o segundo, “post-attack”, será o bloco 7790000, que será atingido no dia 27 de maio e demarca o lançamento da nova blockchain.

A distribuição da nova versão da Luna acontecerá da seguinte forma: 

30% – pool da comunidade, controlado por governança

35% – detentores de Luna identificados no snapshot “pre-attack” 

10% – detentores de Luna identificados no snapshot “post-attack”

15% – detentores de UST identificados no snapshot “post-attack”

10% – detentores de aUST (versão do UST em stake no Archor Protocol) identificados no snapshot “post-attack”

Para impedir que aconteça um despejo de tokens no mercado após o lançamento, a proposta estabelece um período de travamento (cliff) de tokens que vai variar dependendo do grupo que o investidor fizer parte na divisão acima, bem como da quantidade de moedas que tem direito a receber no airdrop.

Todos os detalhes sobre a distribuição podem ser visto na página da proposta #1623.

Reviravolta improvável

Na tarde desta terça, a proposta #1623, criada por Do Kwon, o fundador da Terraform Labs, conta com 66,3% de aprovação. O quórum mínimo de participação de 40% dos votos já foi atingido e os 12,6% da comunidade que votaram contra a proposta não foram suficientes para barrá-la.

A reviravolta se torna ainda mais difícil porque 78,5% dos votantes já participaram da consulta.

A proposta de criação de uma nova versão da Luna está com 66% de aprovação
A proposta de criação de uma nova versão da Luna está com 66% de aprovação (Fonte: Terra Station)

Dessa forma, o plano de Do Kwon deve se concretizar mesmo que uma parcela expressiva da comunidade não esteja de acordo. Numa pesquisa informal feita no principal fórum da comunidade Terra, 91% das 7,2 mil pessoas consultadas foram contrárias à proposta de Kwon.

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O que esses investidores defendem é que a Terraform Labs execute uma grande queima de tokens para diminuir a atual oferta de 6,9 trilhões de Luna que abunda o mercado.

Na teoria, isso faria o preço subir novamente, mas é uma solução ignorada pela equipe por trás da criptomoeda, que vislumbra como a única saída possível a criação do zero de uma nova blockchain.