Em uma audiência nesta quinta-feira (30) em Manhattan (EUA), o criador da falida corretora FTX, Sam Bankman-Fried, se declarou inocente das acusações de que teria subornado funcionários do governo chinês e violado as leis de financiamento de campanhas políticas nos EUA.
Segundo a Fortune, foram cinco acusações adicionais apresentadas pelos promotores dos EUA que investigam a responsabilidade do executivo no colapso da FTX em novembro do ano passado, que deixou milhares de investidores de criptomoedas no prejuízo.
O encontro de hoje mostrou que as acusações feitas pelas autoridades contra o empresário não são levianas. Nicolas Roos, um promotor assistente dos EUA, disse ao juiz responsável pelo caso, Lewis Kaplan, que sua equipe, juntamente com os investigadores do FBI, estão examinando “mais de 6 milhões de páginas de evidências” que embasam as acusações contra SBF.
Entre as fontes desse extenso material de evidências estão sete dispositivos eletrônicos de Bankman-Fried e testemunhas cooperantes, incluindo celulares e laptops, que agora estão em posse das autoridades americanas.
A expectativa de Roos é que todos os dispositivos apreendidos estejam catalogados até o início de abril, o que sugere que novas acusações podem surgir no futuro contra SBF caso evidências sejam encontradas. O julgamento do empresário está previsto para acontecer em outubro.
As acusações contra SBF
Sam Bankman-Fried continua sem assumir culpa do crime algum, seguindo a mesma estratégia da sua defesa legal adotada em audiências passadas. Em janeiro, SBF se declarou inocente das oito acusações apresentadas pelos promotores e que iam de lavagem de dinheiro a fraude e conspiração.
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Nesse meio tempo, outras cinco acusações foram apresentadas contra o empresário, totalizando 13 possíveis crimes cometidos por ele. A última delas foi revelada apenas na última terça-feira (28) e sugere que SBF gastou US$ 40 milhões para subornar funcionários do governo chinês.
O suborno teria acontecido porque algumas contas da Alameda Research, que controlavam cerca de US$ 1 bilhão em fundos, foram congeladas pela polícia chinesa em novembro de 2021.
Para recuperar os valores, SBF e outros “dirigiram e causaram a transferência” de pelo menos US$ 40 milhões em criptomoedas “destinada ao benefício de um ou mais funcionários do governo chinês, a fim de influenciá-los e induzi-los” a descongelar algumas dessas contas.
Os promotores americanos alegam que após vários esforços legais e pessoais de descongelar as contas falharem, SBF por fim “concordou e dirigiu um suborno multimilionário para desbloquear as contas”.
O valor do suborno partiu da principal conta de negociação da Alameda Research para uma carteira privada de criptomoedas — supostamente controlada por um agente do governo chinês — as contas da empresa acabaram descongeladas.
Após o US$ 1 bilhão em ativos ser descongelado, Bankman-Fried voltou a autorizar uma transferência de dezenas de milhões de dólares em criptomoeda adicional para completar o suborno, acrescentou a Reuters.
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