Nadya Tolokonnikova
Nadya Tolokonnikova, líder do Pussy Riot

O governo russo citou um Token Não Fungível (NFT) como prova de acusações criminais contra o Pussy Riot, acusando o grupo de “ferir os sentimentos religiosos” do povo da Rússia, de acordo com um comunicado de imprensa emitido pelo coletivo de protestos na quarta-feira (29).

A artista, música e ativista Nadya Tolokonnikova, mais conhecida como o rosto e a voz do grupo feminista de protesto e arte performática, Pussy Riot, foi adicionada a uma lista de indivíduos procurados pelo Ministério do Interior russo, segundo relatado pelo Associated Press.

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Citando a agência de notícias russa, Mediazona — um serviço independente de notícias e meios de comunicação que Tolokonnikova cofundou — o serviço de comunicação observou que ofender cidadãos religiosos tornou-se um crime na Rússia justamente após um protesto do Pussy Riot em 2012.

O NFT intitulado “Virgin Mary, Please Become a Feminist” (Virgem Maria, Por favor, vire Feminista) retrata o ícone cristão enquadrado no que a citação criminal descreve como “detalhes anatômicos da genitália externa feminina”, de acordo com uma tradução fornecida pelo Pussy Riot.

O desenho é sobreposto a uma digitalização dos documentos de detenção de Tolokonnikova do incidente de 2012. O Pitchfork informou que reviu documentos judiciais traduzidos que mencionam o NFT em questão.

Esse protesto, intitulado “Punk Prayer”, foi encenado em uma igreja de Moscou e foi transformado em um curta-metragem. O Pussy Riot foi acusado de “vandalismo”, e Tolokonnikova passou mais de dois anos em um campo de prisioneiros.

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Imagem do NFT “Virgin Mary, Please Become a Feminist”

Achando sua lei anterior de “vandalismo” inadequada, a Rússia promulgou uma nova legislação que acrescenta o componente religioso e que Tolokonnikova diz ser mais conhecida como “Lei do Pussy Riot”.” É com base nessa lei que este último processo criminal está sendo instaurado.

“Qualquer artista verdadeiramente político arrisca sua segurança pessoal por causa de sua arte — não é um conceito novo para mim”, disse Tolokonnikova no comunicado. “Mas talvez seja a primeira vez que a arte de um NFT esteja sendo usada como prova para tentar jogar alguém na prisão.”

Cinzas de Putin

A ativista diz que esta última ação parece ser desencadeada por sua mais recente exposição de arte, “As Cinzas de Putin”, que estreou na galeria Jeffrey Deitch em Los Angeles em janeiro, e fechou no início do mês passado, fazendo referência ao presidente russo Vladimir Putin.

“Nós filmamos a performance de queimar uma representação física de Putin, coletar e vender suas cinzas — ele provavelmente não gostou disso”, escreveu Tolokonnikova. “Acho que recebemos atenção suficiente para assustá-lo enquanto reuníamos aliados no Ocidente que estavam dispostos a enfrentar Putin e também a ajudar a Ucrânia.”

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Embora seus amigos e familiares tenham sido detidos pela polícia nas últimas semanas, ela diz que não está com medo.

“Vou usar as ferramentas que tenho como artista e entusiasta das criptomoedas para continuar lutando”, disse ela. “Não sou um soldado, sou uma artista. A arte é a minha arma.”

Impacto descentralizado

Uma artista ativista veterana, Tolokonnikova aproveitou o sucesso das tecnologias descentralizadas para amplificar seu impacto. Ela cofundou a UnicornDAO em março de 2022 e arrecadou mais de US$ 4 milhões para apoiar artistas marginalizados e grupos sub-representados na Web3, e em junho, protestou em apoio aos direitos reprodutivos no Texas.

Mas o maior alvo da sua ira continua sendo Vladimir Putin e a sua guerra contra a Ucrânia. Ela foi a chave para o lançamento do UkraineDAO, que vendeu um NFT da bandeira ucraniana por mais de US$ 6 milhões para apoiar os esforços de resistência e socorro da Ucrânia.

“Levantamos ainda mais fundos para uma unidade da linha de frente em Bakhmut com uma edição aberta de drop de NFTs com Shepard Fairey”, ela afirmou. “Enviamos fundos para a Ucrânia, salvamos vidas nos primeiros dias da guerra.”

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“Eles nos ameaçam, mas não podemos demonstrar medo”, acrescentou Tolokonnikova. “Fico feliz em ver que estão assustados.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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