A corretora espanhola de criptomoedas 2gether travou os saques de seus cerca de 100 mil clientes nesta sexta-feira (8), conforme aponta reportagem do portal da emissora estatal de TV RTVE. Segundo a reportagem, a exchange também enviou um e-mail para os usuários dizendo que, a partir de segunda-feira (10), irá cobrar 20 euros de cada conta, devido à impossibilidade de manter o serviço gratuito.
“Após cinco anos prestando serviços para a comunicade cripto, nos vemos obrigados a encerrar o serviço de contas particulares. A falta de recursos e o inverno cripto nos impedem de fornecer o serviço com a qualidade e as garantias que outras empresas do setor estão provendo”, disse a 2gether.
A Associação de Usuários Financeiros (Asufin), entidade independente de defesa do consumidor focada em serviços finaneiros, já anunciou que irá entrar com ações judiciais coletivas contra a corretora.
Em 2020, a 2gether sofreu um ataque hacker e perdeu 114 bitcoins e 276 ethers. Naquele momento a empresa não tinha recursos para cobrir os prejuízos aos clientes.
Em janeiro de 2021 a corretora obteve 1,5 milhões de euros em uma rodada de financiamento para melhorar a segurança e pagar os clientes.
Reportagem do Portal do Bitcoin mostra que a 2gether tentou pagar os clientes vítimas do ataque hacker com um token próprio.
Inverno cripto
A corretora espanhola é mais uma empresa a suspender ou limitar saques de clientes após ser afetada pela queda geral no preço das criptomoedas, o chamado inverno cripto. Uma das primeiras foi a controversa empresa de empréstimos de cripto Celsius, que anunciou que estava pausando repentinamente todas as retiradas, trocas e transferências de clientes no dia 13 de junho.
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A empresa de empréstimos de criptomoedas Babel Finance seguiu o exemplo da Celsius, em pleno processo de derretimento, e também decidiu bloquear os saques de todos os clientes da plataforma. Em uma curta publicação a empresa baseada em Hong Kong justificou que o bloqueio temporário das contas foi necessário devido à atual situação de queda dos principais criptoativos do mercado que a fez enfrentar “pressões de liquidez incomuns”.
A partir daí, uma série de outras corretoras – muitas delas afetadas também pela quebra da gestora Three Arrows Capital – passaram a adotar medidas similares, como Voyager, Vauld, CoinFLEX, FinBlox e Hoo.
Sobreviver às fortes quedas de preço que a maioria das criptomoedas enfrentam nos últimos meses no chamado ‘inverno cripto’, está sendo difícil para empresas que atuam na área e que dependem do interesse de investidores para lucrar.
Só nos últimos 30 dias, pelo menos 25 plataformas de negociação de criptoativos fecharam as portas e deixaram de existir. A estimativa feita pelo Finbold leva em consideração as corretoras rastreadas pelo agregador de preços CoinMarketCap.
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