O governo da Coreia do Sul determinou na última quarta-feira (27) que todos os servidores do alto escalão devem disponibilizar online a partir de janeiro de 2024 todos os seus investimentos, incluindo criptomoedas. Conforme comunicado, cerca de 5.800 funcionários devem expor seus ativos no novo “Sistema de Ética de Oficiais Públicos”.
Os funcionários do alto escalão incluem membros de várias instituições, como o próprio Governo, o Congresso e os supremos tribunais. O objetivo é fornecer um serviço renovado de consulta pública, já que periodicamente o diário oficial do governo emite informações desse tipo.
Trata-se então de prover um maior alcance ao cidadão que procura tais informações. “Com isto, espera-se que o direito do público à informação seja ainda mais garantido e que a transparência no serviço público seja melhorada”, ressalta o comunicado assinado pelo diretor Kim Seung-ho, do Ministério de Gestão de Pessoal.
Seung-ho afirmou que esperava que a transparência da comunidade do serviço público aumentasse ainda mais através da implementação de um serviço integrado para divulgação de propriedade pública oficial e registo de propriedade de ativos virtuais.
“Faremos preparativos minuciosos para garantir que as melhorias sejam implementadas sem problemas no governo, ao mesmo tempo que continuamos a estabelecer a ética do serviço público. Procuraremos vários meios para conseguir isso”, finalizou.
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Escândalo na Coreia do Sul
A criação do novo sistema de consulta pode ter sido motivada após um escândalo no governo da Coreia do Sul envolvendo o deputado Kim Nam-kuk. Em maio deste ano, o Partido Democrático da Coreia do Sul o orientou a vender suas criptomoedas após ele ser alvo de uma investigação por possível violação da “Lei de Financiamento Político”, evasão fiscal e ocultação de produtos criminais.
Isso porque, no passado, Kim havia sacado um total de 800.000 WEMIX (US$ 4,5 milhões na época) da UpBit, a maior corretora de criptomoedas da Coreia do Sul. A movimentação dos tokens — emitidos pela empresa de blockchain Wemade, levou a empresa a reportar o caso para as autoridades locais sob suspeita de ilegalidade.
Kim passou a ser investigado após surgir a suspeita de que suas movimentações com a criptomoeda eram parte de uma operação de “insider trading” (uso de informação privilegiada para ganhos pessoais no mercado financeiro).
Isso porque o saque ocorreu seis meses antes do deputado em questão fazer uma proposta de lei para postergar a taxação sobre ativos digitais.
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