Um dia antes da Binance anunciar a listagem da criptomoeda Osmosis (OSMO), um endereço da blockchain comprou dois milhões de unidades do token. Segundo o jornalista baseado na em Hong Kong Colin Wu, o episódio levanta a suspeita de que pode ter ocorrido um caso de insider trading, que a corretora estaria investigando.
“Insider trading” é a expressão em inglês para quando uma pessoa tem acesso a uma informação que o restante do público não possui, e usa esse dado para conseguir lucros em investimentos. Trata-se de um crime, previsto em lei, que desequilibra o mercado.
O anúncio da listagem da OSMO foi feito às 1h da manhã desta sexta-feira (28) no fuso horário UTC – no horário de Brasília a informação foi publicada às 23h da quinta-feira (27). O comprador pagou US$ 1,34 por token e a a criptomoeda apresenta alta de 23% no momento da redação desta reportagem, valendo US$ 1,62, conforme o índice do portal Coingecko.
One day before Binance announced the listing of OSMO, a address (osmo19muml8sjpnecnm8geul4l3zfju24l04mpuppy7) bought 2,029,846 OSMOs at $1.34, sparking discussions about “insider trading”. Binance said they were investigating. https://t.co/BHEPXn6091
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) October 28, 2022
A empresa confirmou ao Portal do Bitcoin que está investigando o caso.
Esquema milionário de insider trading na Coinbase
Em julho dese ano, o Portal do Bitcoin noticiou que um ex-gerente de produtos da Coinbase e dois outros indivíduos operaram um esquema de insider trading durante um ano, gerando mais de US$ 1,1 milhão de lucro, segundo autoridades federais americanas.
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Ishan Wahi, enquanto funcionário da corretora de criptomoedas com sede em São Francisco, supostamente forneceu informações relacionadas a futuras listagens de tokens na Coinbase a seu irmão, Nikhil Wahi, e a seu amigo, Sameer Ramani. A Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (ou SEC) afirmou ter denunciado o trio sobre o suposto esquema.
Autoridades afirmam que Ramani e o irmão de Wahi usavam essas informações para comprar os tokens antes de a Coinbase anunciar suas listagens e, na sequência, vendê-las rapidamente para gerar lucro.
O Departamento Federal de Investigações dos EUA (FBI) prendeu os irmãos Wahi enquanto Ramani continua foragido, de acordo com o comunicado de imprensa do DOJ.
O Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ) anunciou que todos os três indivíduos foram acusados de “conspiração por fraude eletrônica e fraude eletrônica com relação a um esquema de uso indevido de informações privilegiadas com ativos de criptomoedas ao usar informações confidenciais da Coinbase”.
*Texto atualizado às 16h16 do dia 28 de outubro de 2022 para acréscimo de informações: a Binance enviou uma nota após a publicação da reportagem confirmando que está investigando o caso.