Imagem da matéria: Como operam os mineradores clandestinos de Bitcoin na China
Foto: Shutterstock

Nem todos os chineses pararam de minerar Bitcoin após o governo reprimir a atividade em toda a China continental. 

Embora as grandes empresas do setor tenham abandonado o país desde as proibições de maio, uma parcela corajosa e expressiva de chineses continuam desafiando a lei e minerando criptomoedas no país asiático.

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Até 20% de todos os mineradores de bitcoin do mundo continuam operando de forma clandestina na China, de acordo com dados que a CNBC diz ter obtido de várias fontes. 

A porcentagem do veículo é muito maior do que a estimativa oficial da Universidade de Cambridge que diz ter caído para 0% a participação chinesa na mineração do bitcoin — isso poucos meses depois do país representar sozinho mais de 60% da atividade.

Vale destacar que a universidade calcula a distribuição geográfica do hashrate do bitcoin com base em dados obtidos em parceria com pools de mineração.

No entanto, a forma como os mineradores continuam trabalhando na China mudou drasticamente desde a proibição de maio que levou esses usuários a aumentar suas camuflagens para não serem descobertos.

A empresa chinesa de segurança cibernética, Qihoo 360, foi capaz de reunir dados que demonstram que a mineração continua viva na China. 

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Os analistas da companhia estimaram em um estudo que há pelo menos 109 mil endereços IP ativos minerando bitcoin todos os dias na China. A maior parte desses endereços se concentra nas províncias de Guangdong, Jiangsu, Zhejiang e Shandong.

Como os mineradores estão driblando o governo chinês

Ben, nome fictício de um chinês que preferiu não ser identificado, contou à CNBC quais estratégias têm usado para não levantar suspeitas das autoridades ao minerar bitcoin. 

Ele minera bitcoin de forma independente desde 2015 e tem mais de mil rigs de mineração movidas por energia da rede elétrica principal, e outras cinco mil unidades abastecidas por energia hidrelétrica, direto da fonte na província de Sichuan.

Ao contrário de alguns meses atrás, quando seus equipamentos estavam concentrados no mesmo galpão, Ben passou a espalhar as ASICs em diferentes localidades para evitar que uma concentração no consumo de energia não fosse identificada pela rede elétrica do país. Agora suas máquinas estão espalhadas por toda parte, até em casas de amigos. 

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Outra precaução do minerador foi utilizar eletricidade extraída de forma direta de fontes de energia locais que não estão conectadas à rede principal, fiscalizada de perto pelo governo. 

Além disso, também foi preciso se preocupar com as pegadas digitais e começar a ocultar endereço IP que poderia revelar a localização geográfica de onde ele estaria minerando.

Ben contou à CNBC que já está acostumado a “contornar as coisas” na China, mas que os últimos meses estão colocando em jogo a sobrevivência do seu negócio. “Nunca sabemos até que ponto nosso governo tentará reprimir para nos exterminar”, declarou o minerador.

Enquanto as grandes empresas com capital e conexões internacionais não perderam tempo em migrar para um território mais amigável para a atividade, como Cazaquistão e EUA, outros milhares de chineses passam pela mesma situação que Ben, principalmente aqueles que operam em menor escala. 

Na semana passada, 50 chineses foram presos após serem pegos pela Comissão Central de Inspeção Disciplinar da China, órgão de anticorrupção do país, minerando 12 criptomoedas diferentes em entidades estatais na província de Zhejiang.

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