O Bitcoin se recuperou completamente de suas perdas no início do ano nesta semana. Nos primeiros 30 dias de 2022, o preço do BTC caiu de US$ 47.733,40 para US$ 35.070,10 e, desde então, vinha sofrendo para se recuperar. Recentemente, porém, ocorreram alguns fatores para que ele subisse.
Na semana passada, Janet Yellen, secretária do Tesouro Americano, afirmou que ainda é “um pouco cética” em relação a criptomoedas durante uma entrevista à CNBC, acrescentando que a inovação do sistema de pagamentos pode ser algo saudável.
Ela sempre teve opiniões bastante negativas sobre criptomoedas, e o comentário comedido foi uma mudança significativa.
Também existe o efeito composto de o preço do bitcoin ter atingido o que é considerado como um marco, pois significa que o ativo não estará mais no vermelho em 2022.
A recente atividade de preço pode ser um sinal de que o medo, a incerteza e dúvida (ou FUD, na sigla em inglês) gerados pela invasão da Rússia à Ucrânia e a covid-19 começaram a diminuir, de acordo com Isaac Tebbs, CEO da CryptoBoost.
“Existe uma mudança no ambiente macro, pois muitos investidores estão considerando o Bitcoin como sobrecomprado na faixa entre US$ 30 mil e US$ 40 mil”, disse ele ao Decrypt via e-mail. “Isso pode estar acontecendo por conta da diminuição no receio em relação à Rússia e covid-19”.
Tebbs, ao afirmar que sua empresa de marketing trabalha com muitos projetos de Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na abreviatura em inglês) desenvolvidos na blockchain Terra, também destacou o fato de que Do Kwon, CEO do Terraform Labs, havia dito recentemente que compraria mais bilhões em bitcoin para a carteira oficial do protocolo Terra a fim de fortalecer sua stablecoin Terra (UST).
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No entanto, é importante mencionar que isso ainda não aconteceu. O saldo da carteira ainda é de US$ 1,3 bilhão, mesmo após Kwon ter dito que Terra havia arrecadado um total de US$ 3 bilhões para aumentar sua reserva e visa arrecadar um total de US$ 10 bilhões.
Apesar da positiva ação de preço, Pratik Gandhi, líder de marketing na Covalent, afirma que é muito cedo para celebrar o fim da turbulência no preço do bitcoin; só irá considerar seu fim se o preço mantiver seus atuais ganhos por, pelo menos, mais uma semana.
“Grande parte da recente ação de preço está bastante influenciada por todo o sentimento macro de mercado e o acompanhamento de ações”, disse Gandhi ao Decrypt.
“Os outros fatores somados a essas forças externas são ‘baleias’ e derivativos envolvidos em altos volumes de negociação.”
Apesar de o bitcoin ser chamado de ativo de proteção, onde investidores movimentam seu dinheiro quando mercados tradicionais despencam, a criptomoeda seguiu os mercados tradicionais desde que ações caíram no início da pandemia de covid-19.
Na realidade, a correlação entre o bitcoin e o índice S&P 500 atingiu a maior alta desde outubro de 2020.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.