Imagem da matéria: Como o Open Banking vai mudar a relação dos seus dados com os bancos
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No dia 15 de julho, começa a segunda fase da implementação do Open Banking. Essa etapa envolve a participação dos clientes, e muitos bancos já começam a fazer abordagens através de campanhas de marketing e pré-cadastros.  

Mas afinal, o que é esse tal de Open Banking? Ele é bom para você?   

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O que é Open Banking?    

O Open Banking é o sistema bancário do futuro. O Pix, que faz parte desse movimento, já é uma realidade. Nos próximos meses veremos uma grande transformação no sistema financeiro. O Open Banking vai trazer mudanças estruturais nos nossos hábitos financeiros.  

Os seus dados e o histórico como cliente vão poder ser abertos e compartilhados com outros bancos e instituições financeiras, mas calma, não se assuste, porque isso é muito bom. Significa que agora você é o dono do seu histórico e dos seus dados bancários, não mais os bancos e instituições financeiras. Você poderá escolher com quem compartilhar e como usá-los da forma mais eficiente.

Open banking é uma iniciativa de compartilhamento aberto de dados, produtos e serviços das instituições participantes, em formatos padronizados, de maneira segura, ágil e conveniente, facilitando muito a comparação e contratação de produtos financeiros e bancários.

Por que isso é bom para o cliente?   

Isso é muito bom para o cliente, porque incentiva a concorrência. Os dados são a principal barreira de entrada de novos participantes no sistema financeiro. Com maior concorrência, os preços caem e as condições melhoram.

Através do open banking, você vai poder comparar um mesmo produto bancário em vários bancos — sem precisar abrir conta em cada uma dessas instituições — e vai poder escolher o produto que melhor se adapta às suas necessidades e não o produto que o seu banco lhe oferece.   

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Essa tecnologia vai permitir que da mesma forma que quando você quer comprar um celular você entra na internet e pesquisa em várias lojas, você vai poder fazer com produtos financeiros que está precisando e vai poder adquiri-los sem precisar ter uma conta na instituição emissora.   

Agora os bancos vão ter que concorrer por você em cada produto e isso é ótimo, porque banco concorre reduzindo taxas e melhorando as condições e os seus serviços. A experiência internacional mostrou que a padronização de sistemas e produtos possibilitou um aumento da concorrência e melhores condições para os clientes.   

Quais dados poderão ser compartilhados?  

Dados cadastrais como: nome, CPF, telefone e endereço, comprovantes de renda, dados transacionais, como seu perfil de consumo, capacidade de compra, poupança, movimentação da conta corrente e informações sobre produtos e serviços, como empréstimos e financiamentos.   

Muitos produtos são passíveis de portabilidade. Conforme você compartilha suas informações com outras instituições financeiras, vai começar a receber ofertas melhores para migrar, consequentemente o seu banco pode também melhorar as suas condições.   

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Importante ressaltar que o open banking significa o cliente no controle e, portanto, você pode escolher quais dados compartilhar e por quanto tempo. Você não é obrigado a compartilhar todas as suas informações e pode inclusive mudar de ideia a qualquer momento sobre o compartilhamento, cancelando a autorização.   

Como isso vai funcionar na prática?   

O open banking permite que novas atualizações possam ser implantadas com o tempo, sempre com o intuito de facilitar o acesso da população a produtos financeiros e tecnologias que melhoram as suas vidas.   

A implantação da novidade está dividida em quatro fases:

A primeira fase começou em fevereiro; é uma fase de integração de sistemas, só participam dessa etapa os agentes obrigatórios que são todas as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Nesse momento não há nenhum compartilhamento de dados de clientes.   

A segunda fase, marcada para 15/07/2021, já possibilita o compartilhamento de dados dos clientes. Para que isso ocorra, será necessário que o cliente procure a instituição com a qual deseja compartilhar dados, informe uma conta corrente de outra instituição e autorize a instituição de origem a compartilhar os seus dados. 

A partir da terceira fase, marcada para 30/08/2021, começa a ficar divertido. Vamos começar a ver muitos usos práticos para o nosso dia a dia, como pagar uma conta no Banco X usando o saldo do Banco Y. 

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Eu acredito que assim como aconteceu com o PIX, nós veremos muito investimento em publicidade, incentivando as pessoas a compartilhar os seus dados. Isso porque todos os bancos vão querer ter a oportunidade de ofertar produtos personalizados para as suas necessidades.   

Por isso, o conhecimento financeiro nunca foi tão importante. O open banking pode ser muito bom para você, mas você precisa saber como se beneficiar desse recurso e como reconhecer as melhores oportunidades.  

Sobre a autora

Marina Luz, CFP® é economista, com experiência de 8 anos no mercado financeiro e trabalhou no Itaú BBA. É especialista em finanças pessoais e mantém o canal no Youtube Mais Dinheiros, sobre educação financeira e investimentos

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