As pirâmides financeiras fazem milhares de vítimas por todo Brasil e nem mesmo celebridades de porte da Juliana Paes conseguem escapar. A estrela da Globo perdeu R$ 500 mil após ser enganada por uma suposta pirâmide financeira chamada F2S Intermed de Negócios, conforme revelou o jornal O Dia nesta quinta (10).
A atriz investiu na empresa em maio de 2018, atraída por um suposto retorno financeiro de 4% a 8% por mês, ganho através de um negócio de compra de carros seminovos e posterior revenda a lojistas.
As promessas, no entanto, não passavam de uma farsa e logo após Juliana Paes depositar meio milhão, os líderes da F2S sumiram com o dinheiro. Além dela, o ator Murilo Rosa e o ex-jogador de futebol Luís Fabiano também caíram na pirâmide e perderam R$ 460 mil e R$ 280 mil, respectivamente.
O consultor financeiro que recomendou o investimento à atriz e mediou as negociações, foi outra vítima do esquema, perdendo R$ 84 mil.
A atuação da F2S
Embora o processo esteja tramitando em segredo de Justiça desde 2019, o Portal do Bitcoin teve acesso a documentos públicos que mostram que o Ministério Público pediu esse ano a prisão preventiva dos quatro acusados de orquestrar o suposto golpe: Alisson Alcoforado de Araujo, Fernando de Souza, Thiago Prado e Cleide de Alencar.
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O pedido, no entanto, foi rejeitado em maio pela juiz José Camargo Magano, da 11ª Vara Criminal da Barra Funda do TJSP.
“Em que pese a gravidade dos delitos, os fatos se deram no ano de 2017, ou seja, há aproximadamente quatro anos, estando os réus em liberdade desde então sem nova infração. […] Ademais, os réus não foram presos em flagrante delito, não houve uso de grave ameaça ou violência e todos eles são primários e sem antecedentes criminais”, justifica no processo.
Por outro lado, as autoridades acataram as denúncias e agora os réus são investigados pelo crime de estelionato e,, caso sejam considerados culpados, podem pegar até cinco anos de reclusão, mais multa.
O juiz também autorizou a quebra do sigilo bancário dos réus, revelando que durante maio e julho de 2018, o grupo movimentou quase R$ 6 milhões. Segundo O Dia, a quantia teria sido encontrada na conta bancária da esposa do líder da F2S, responsável por receber os valores desviados da empresa.
“De maneira previamente orquestrada e urdida para cometimento dos delitos de maneira profissionalizada, constituindo a empresa F2S, a qual falsamente oferecia um modelo de investimento. […] O golpe era aplicado na forma de pirâmide contra vítimas certas e determinadas”, diz trecho da denúncia do Ministério Público, divulgado pelo jornal.
As quatro vítimas — Juliana Paes, seu consultor financeiro, Luís Fabiano e Murilo Rosa — são representados pelos mesmos advogados. Até o momento, ninguém do grupo foi capaz de recuperar parte do prejuízo que chega a R$ 1,3 milhão.