Imagem da matéria: Colômbia faz audiência judicial no metaverso
Audiência virtual na Colômbia (Reprodução/YoutTube)

A divisão de realidade virtual de Mark Zuckerberg pode estar perdendo dinheiro — mas pelo menos um país parece estar achando a tecnologia útil: na semana passada, a Colômbia se tornou um dos primeiros países do mundo a sediar uma audiência judicial no metaverso da Meta. 

Os legisladores do país sul-americano realizaram uma audiência de duas horas usando o Horizon Workrooms, uma plataforma da Meta que permite que as equipes se reúnam por meio de um espaço de trabalho virtual. 

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Advogados colombianos colocaram headsets virtuais para participar, e a reunião foi transmitida ao vivo no YouTube. Os participantes apareceram na reunião como avatares gerados por computador.

E a audiência — que teve um promotor tentando processar a polícia — foi um sucesso, segundo os presentes na reunião virtual. “O uso da tecnologia da informação no desenvolvimento de processos judiciais tem o propósito essencial de facilitar e agilizar esses processos na Justiça”, segundo María Victoria Quiñones Triana, magistrada do Tribunal de Magdalena. 

Apesar disso, nem todos os sintonizados no streaming pareceram achar aquilo uma boa ideia: alguns comentaram que ver figuras semelhantes a desenhos animados era ridículo. “Eu sinto que isso tira a seriedade do caso”, observou um espectador. “Se eu quiser me ver em um personagem de dinossauro, isso também é aceitável?”

Foi a primeira vez que os legisladores da Colômbia realizaram uma audiência virtual completa — mas em outras partes do mundo, foram realizados encontros semelhantes usando a tecnologia da Meta. A mídia local já relatou em setembro passado, que um tribunal chinês realizou uma reunião virtual. 

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Audiências virtuais — e reuniões em geral — tornaram-se regra em 2020, durante a pandemia de Covid-19. 

Com os governos impondo bloqueios em todo o mundo, os profissionais mudaram para a plataforma Zoom de videoconferência para se encontrarem, valorizando absurdamente as ações da empresa e seu valor de mercado. 

Esse súbito excesso de confiança na tecnologia significou algumas situações estranhas e malucas: um advogado do Texas, aparentemente desacostumado a usar a plataforma, acabou entrando na videoconferência com um filtro de gatinho

Mas uma reunião inteira realizada com todos como personagens digitais é uma história diferente.

A Meta, anteriormente conhecida como Facebook, investiu bilhões na tecnologia do metaverso, mas não foi um sucesso financeiro, pelo menos por enquanto: a Reality Labs, divisão que cuida das inovações de metaverso da companhia, perdeu US$ 4,28 bilhões no último trimestre de 2022.  

Apesar disso, o CEO da Meta, Zuckerberg, prometeu mais investimentos no espaço. “As duas principais ondas tecnológicas que impulsionam nosso roteiro são a Inteligência Artificial hoje e, a longo prazo, o metaverso”, disse ele, no mês passado. 

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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