Chris Larsen, cofundador da Ripple, posa para foto
Chris Larsen, cofundador da Ripple. Foto: Divulgação

Diversos grupos ambientais, incluindo o Greenpeace USA, Environmental Working Group, bem como organizações ativistas locais, formaram um consórcio para lançar uma campanha que destaca o impacto ambiental do Bitcoin.

Segundo o Bloomberg, a iniciativa chamada “Change the Code, not the Climate” (ou “mude o código, e não o clima”, em tradução livre) fará com que o consórcio publique anúncios em grandes veículos de comunicação, como o New York Times, Politico e The Wall Street Journal.

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O objetivo é persuadir a comunidade Bitcoin para modificar o código existente da rede e remover seu algoritmo de consenso proof of work (ou PoW), que exige que mineradores solucionem problemas complicados para validar transações e emitam novas criptomoedas, a favor do mecanismo proof of stake (ou PoS), que demanda menos energia.

Segundo o site Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, a rede Bitcoin usa cerca de 136 terawatts/hora, que é mais do que a Noruega ou Ucrânia consome.

Em cinco anos, o Bitcoin poderá consumir tanta energia quanto o Japão, afirmou Chris Larsen, CEO e cofundador da Ripple, em entrevista à Bloomberg.

Ethereum, a segunda maior criptomoeda da indústria, atualmente também depende do PoW. No entanto, está no meio da migração para o PoS que, de acordo com algumas estimativas, pode resultar em uma redução de 99,95% no uso total de energia.

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Larsen nega abordagem antibitcoin

Segundo Larsen, caso a principal criptomoeda tome uma abordagem diferente, que irá exigir ou uma bifurcação moderada (ou “soft fork”, que é compatível com versões antigas de software) ou uma bifurcação drástica (ou “hard fork”, incompatível com versões antigas de software devido ao alto nível de alterações) pode solucionar os supostos problemas de consumo de energia da criptomoeda.

“Agora que Ethereum está mudando, o Bitcoin realmente é o ponto fora da curva”, disse Larsen à Bloomberg. “Alguns dos protocolos mais novos — como Solana e Cardano — são desenvolvidos sob baixa energia.”

Larsen também negou que a campanha “Change the Code, not the Climate” seja antibitcoin.

“Se eu estivesse preocupado com o Bitcoin como um competidor, provavelmente a melhor coisa que eu poderia fazer seria deixá-lo seguir seu caminho”, disse. “Esse apenas é um caminho insustentável.”

Larsen revelou que a decisão de financiar a campanha surgiu, em parte, por conta de seu sentimento de que investidores podem se afastar do Bitcoin a menos que haja uma mudança, acrescentando que deseja que tanto o Bitcoin como o Ethereum tenham êxito.

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A grande questão é se a campanha terá êxito.

O impacto ambiental da rede é um assunto de debate há muitos anos.

No entanto, até agora, a crescente comunidade de defensores (incluindo mineradores e desenvolvedores) rejeitou qualquer mudanças propostas ao sistema criado por Satoshi Nakamoto, o anônimo inventor do Bitcoin.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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