Clientes da Blaze fazem enxurrada de reclamações com cassino fora do ar e cobram Felipe Neto

Usuários se queixam de terem saldo retido com bloqueio ao cassino: “Quero meu dinheiro de volta”
Felipe-Neto-com-camiseta-da-Blaz

Felipe Neto fez promoção da Blaze durante live no Twitch (Foto: Reprodução/Instagram)

O bloqueio do site da Blaze por decisão judicial já está causando uma série de transtornos para clientes do cassino online. Aparentemente, o acesso ainda não está totalmente impedido – a Anatel está repassando o cumprimento dos bloqueios para as operadoras -, mas para uma grande parcela de usuários a plataforma já está inacessível. 

No site do Reclame Aqui, diversas queixas contra a Blaze já são sobre o cassino estar extremamente instável ou já totalmente fora do ar. 

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Um jogador de Blumenau (SC) relata que a queda do site fez seu saldo sumir: “Estava com uma banca de R$ 1372, jogando no aviator. Tinha botado 500 cada, de repente o site fica em só ligar e não carregou, fechei e abri de novo e não tinha mais saldo e logo que fui olhar no histórico, o site fica fora do ar”.

Uma queixa comum foi a expressada por um cliente de Vespasiano (MG): “Estou com saldo na Blaze e agora está fora do ar, quero meu dinheiro”.

Para alguns, o bloqueio do site ocorreu horas depois de um depósito. “Ontem, dia 5 de setembro, fiz um depósito de R$ 55. Tinha um saldo igual ou pouco mais que isso. Quando entrei hoje estava fora do ar, quando fui pesquisar vi uma notícia que a Anatel tirou do ar. Quero meu dinheiro de volta”, diz um cliente de Maringá (PR).

Leia também: “Pai do Neymar trouxe a Blaze para o Santos e ficou com 10%”, diz presidente do clube

Um dos clientes no Reclame Aqui falou que conseguiu sacar por meio de um processo alternativo: “Pessoal, conversando com um amigo que também opera na Blaze, falei que estava fora do ar e que eu tinha saldo alto lá. Ele disse que o dele estava normal. Olhei no meu Android e nada. Passei meu login pra ele e ele fez o saque pra mim e caiu na hora. Então quem tem saldo, procure alguém com a plataforma do iPhone que ainda tá acessando e faz o saque por lá”.

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A mensagem é de um cliente de Brasília e foi publicada às 8h24 desta terça-feira (5).

Internet cobra Felipe Neto

Algumas das maiores celebridades que fazem propaganda da Blaze estão sendo cobradas para se posicionarem sobre a decisão da Justiça de tirar a Blaze do ar. O foco principal das cobranças é o influencer Felipe Neto, um dos mais ativos a realizar propagandas para o cassino.

O movimento MBL, por exemplo, está aproveitando a decisão judicial para criticar Felipe Neto, uma das mais vozes dos setores progressistas no Brasil.

O deputado estadual Guto Zacarias (União), eleito em São Paulo e membro do MBL, cobrou Felipe Neto:

A Justiça acaba de determinar o bloqueio da Blaze em todo o território brasileiro.

Centenas de pessoas foram lesadas pelo site difundido por influenciadores digitais, sobretudo pelo Felipe Neto.

Será que agora o Felipe pedirá desculpas ou tentará, novamente, defender a Blaze? pic.twitter.com/nN9AfOa0ZC

— Guto Zacarias (@GutoZacariasMBL) September 5, 2023

A coordenadora nacional do MBL, Amanda Vetorazzo, também fez a cobrança:

AGORA: Justiça determina bloqueio da Blaze em todo o território nacional.

Será que o Felipe Neto vai finalmente pedir desculpas aos seguidores? Quantas pessoas perderam dinheiro por causa desse site?

Que a justiça seja feita! pic.twitter.com/sDnES5Yvw5

— Amanda Vettorazzo (@Amandavettorazz) September 5, 2023

Outra cobrança pública vem do influencer Raiam Santos, que desde o ano passado critica a Blaze:

Eu fui o primeiro a avisar sobre a Blaze

Uma vitória pic.twitter.com/x6a0rYG1nZ

— Raiam Santos McArn (@raiam700) September 5, 2023

Daniel Penim, autor do vídeo em maio que fez a Blaze ser um dos assuntos mais comentados da internet, também se pronunciou:

Blaze: Anatel acata decisão da Justiça pra tirar o site do ar em todo o Brasil

O Juíz da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo determinou o bloqueio do site da blaze em todo território nacional

Blaze também é uma das… pic.twitter.com/uIZCQjqXU6

— Daniel Penin (@peninoficial) September 5, 2023

O Portal do Bitcoin procurou a assessoria de Felipe Neto para um posicionamento, mas não teve retorno até o momento.

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Mas as críticas não são apenas contra Felipe Neto. Um usuário do X lembrou que o Santos tem contrato com o cassino:

Quando um patrocino não vale a pena.
Caso @blaze e @SantosFC mostra que o clube não agiu quando podia e agora está com todas as marcas patrocinadoras expostas. E sua marca nas páginas policiais. E muito próximo do primeiro rebaixamento da história. Que gestão… pic.twitter.com/iajdVUVvcc

— Amir Somoggi (@amirsomoggi) September 5, 2023

Neymar e Blaze

Em junho, o perfil de Neymar Jr. no Instagram, que conta com 209 milhões de seguidores, limitou os comentários em um post patrocinado pelo cassino online Blaze.

Na época em que o jogador foi anunciado como embaixador da Blaze, em dezembro do ano passado, também foi revelado que haveria um acordo de quatro anos.

A publicação que divulga a Blaze diz: “Confira os novos jogos mais recentes em — Jogue com responsabilidade. Apenas +18”. Nele, foram mantidos poucos comentários, como o do também apoiador da Blaze, Jon Vlogs.  

Além disso, as implicações vão mais longe: em audiência da CPI das Pirâmides Financeiras, o presidente do Santos, Andrés Rueda, disse que a conexão entre o clube a Blaze foi feita pela família Neymar, que ficou com 10% do valor do contrato de R$ 45 milhões

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Bloqueio da Blaze

A Justiça de São Paulo emitiu uma ordem para que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) bloqueie o acesso ao cassino online Blaze no Brasil, por fraudes contras clientes. Inicialmente dadas pelo Itatiaia, as informações foram confirmadas pelo Portal do Bitcoin junto à Anatel.

O pedido de bloqueio foi feito no dia 22 de agosto pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo. A decisão é do juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner. 

A Anatel divullgou a seguinte nota sobre o caso:

“Inicialmente, é importante esclarecer que a Anatel não possui meios fáticos e legais para promover, por si só, a retirada ou bloqueio de sítio eletrônico, pois tal medida diz respeito ao campo de atuação das próprias prestadoras de serviços que detêm a gestão das suas redes de telecomunicações. No caso do acesso à Internet, tal operação se dá pelas empresas prestadoras do SMP (que provê o acesso à internet móvel) e do SCM (que provê o acesso à internet fixa).

No intuito de apoiar o devido cumprimento de uma decisão judicial, a Anatel as encaminha para as prestadoras para que estas adotem todas as medidas necessárias ao seu integral cumprimento.

No caso em questão, o Delegado de Polícia encaminhou uma decisão, proferida nos autos do processo judicial nº 1533638-91.2023.8.26.0050, solicitando o cumprimento da determinação. A Agência a encaminhou às prestadoras”.