China condena quatro pessoas à prisão por pirâmide que arrecadou US$ 1 bilhão

Esquema roubou Bitcoin, Ether, Litecoin, EOS e USDT de 750 mil investidores
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Foto: Shutterstock

A Justiça chinesa condenou na terça-feira (27) quatro pessoas acusadas de aplicar um golpe de US$ 1,1 bilhão por meio do ‘WoToken’, um esquema de pirâmide com criptomoedas.

Segundo o The Block, os condenados são Gao Yudong, Li Qibing, Wang Xiaoying e Tian Bo, que tentavam se livrar através de um recurso que acabou sendo negado na corte de Yancheng que fica na província de Jiangsu. 

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Com a decisão, os estelionatários terão que cumprir penas de até 8 anos de prisão.

O esquema do WoToken funcionava de forma análoga a uma das maiores pirâmides financeiras da história da China, o PlusToken. Por meio dela, os golpistas chegaram a angariar cerca de 4 milhões de usuários, apontou o site.

Neste novo caso, do WoToken, a Justiça diz que 715.249 pessoas foram convencidas a aplicar dinheiro. No aplicativo, que funcionava como carteira digital, os fundos eram distribuídos em mais de 501 camadas na rede.

A promessa era de lucro fácil através de operações no mercado de criptomoedas onde um robô de arbitragem fazia todo o trabalho.

Isso lembra casos que ocorreram no Brasil, como o da Midas Trend, por exemplo, que nunca mostrou o tal robô, assim com também o fez a Atlas Quantum, que chegou a ser promovida até mesmo pelo candidato a prefeito de São Paulo Arthur do Val.

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Golpe de US$ 1 bilhão

A Justiça China declarou que os cabeças da WoToken desviavam os fundos enquanto a maioria acreditava nos rendimentos, esquema típico das pirâmide financeiras — ou esquemas Ponzi.

O golpe era percebido somente na hora de sacar, o que não era possível.

Detalhou ainda que, conforme mostraram os dados de blockchain, o esquema movimentou US$ 1,1 bilhão em criptomoedas. Só em bitcoin, por exemplo, foram 46.050 BTCs (hoje cerca de US$ 680 milhões).

As autoridades chinesas, contudo, conseguiram apreender apenas o equivalente a US$ 60 milhões.

Pirâmide PlusToken

A PlusToken apareceu primeiramente como uma empresa de investimentos na Coreia do Sul e depois passou a servir como carteira de criptomoedas que gerava rendimentos automáticos.

Em julho deste ano, a China prendeu 109 pessoas envolvidas na pirâmide. Dos presos, 27 membros supostamente faziam parte da equipe chamada “núcleo” do projeto e fugiram para o exterior.

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Contudo, os outros 82 eram membros importantes e ajudava a elite responsável pelas operações no exterior, disseram autoridades.

Na ocasião, as investigações já revelavam que o esquema PlusToken envolvia milhões de participantes e uma arrecadação de cerca de US$ 6 bilhões).