Imagem da matéria: CEO da BlackRock cita Brasil como modelo de inovação em pagamentos digitais: "EUA estão ficando para trás"
CEO da BlackRock, Larry Fink cita Brasil como exemplo de inovação em pagamentos (Foto: Divulgação/BlackRock)

O CEO da BlackRock, Larry Fink, disse na carta pública anual para os investidores que o Brasil é um exemplo de país onde observa um “avanço gigante em pagamentos digitais” e que os Estados Unidos estão “ficando para trás” nesse segmento. O documento foi divulgado na quarta-feira (15) no site da BlackRock, considerada a maior gestora de investimentos do mundo.

Segundo o executivo, o aspecto de serviço financeiro que mais chamou sua atenção em 2022 foi o de ativos digitais e que “novidades muito interessantes estão ocorrendo” nesse setor.

Publicidade

“Em muitos mercados, como Índia, Brasil e partes da África, nós estamos testemunhando um avanço gigante em pagamentos digitais e na redução de custos e inclusão financeira. Em contraste, muitos mercados desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, estão ficando para trás em inovação, deixando os custos dos sistemas de pagamento muito mais altos”, disse Fink.

O executivo não cita pelo nome, mas pode estar se referindo ao Pix no caso do Brasil. Já a Índia lançou em 2016 o Unified Payments Interface (UPI), sistema que permite pagamentos instantâneos de qualquer valor e funciona 24 horas dos sete dias da semana. De acordo com o The New York Times, o sistema processou 8 bilhões de transações apenas em janeiro deste ano.

“Pix” dos EUA é anunciado pelo Fed

Parece estar chegando ao fim nos Estados Unidos a falta de um sistema de pagamentos como o Pix. O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, anunciou na quarta-feira (15) que vai lançar em julho deste ano um novo sistema de pagamentos instantâneos chamado FedNow Service.

Conforme os detalhes descritos no comunicado, o processo de liquidação se assemelha ao Pix brasileiro, pois funcionará 24 horas por dia e fornecerá acesso total e imediato aos fundos.

Publicidade

Os preparativos para o lançamento do FedNow começam na primeira semana de abril, com a certificação formal das entidades participantes, que posteriormente passarão por um programa de teste e certificação do cliente. Segundo o órgão, serão observadas “a prontidão operacional e experiência em rede”.

Nesta etapa, as entidades registradas no FedNow Pilot Program darão feedback do sistema. Depois disso, os clientes vão se preparar para realizar as transações em tempo real no novo sistema, observando a agilidade do processo, explica o Fed.

“O FedNow que permitirá que todas as instituições financeiras participantes, das menores às maiores e de todos os cantos do país, ofereçam uma solução moderna de pagamento instantâneo”, disse o vice-presidente da unidade do Fed em Boston, Ken Montgomery, responsável pelo programa.