Imagem da matéria: Cashback em criptomoedas: a novidade dos programas de recompensas em Bitcoin
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Uma nova categoria de investimentos em criptomoedas vem, aos poucos, se popularizando em vários cantos do mundo. São os cartões de pagamentos que distribuem recompensas – o chamado “cashback”, ou “dinheiro de volta” – na forma de criptomoedas, disponíveis tanto nas modalidades de crédito quanto de débito.

Ao invés de pontos ou milhas, eles devolvem uma porcentagem do valor da compra em Bitcoin, Ethereum, BNB, ADA, XRP, etc., prometendo facilitar o engajamento dos usuários com o universo das criptomoedas.

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A seguir, veremos quais são as vantagens e as desvantagens da modalidade, e quais empresas do setor financeiro já oferecem esse recurso no Brasil e no mundo.

Vantagens de se receber cashback em criptomoedas

A principal vantagem está na praticidade.

Quase todas as pessoas sabem da existência das criptomoedas, mas muitas ainda não se engajaram nesse mercado por falta de conhecimento e/ou iniciativa. Começar a investir ou utilizar criptomoedas como pagamento requer uma aventura de desbravamento inicial de conceitos novos, como blockchain, carteiras software/hardware, mineração, etc. Isso acaba por afugentar ou adiar a primeira operação do usuário.

Ao se utilizar um cartão de cashback em criptomoedas, esse contato inicial é simplificado. O usuário recebe criptomoedas passivamente, sem esforço adicional, bastando para isso realizar suas compras de rotina por meio do cartão específico. O método também evita que o usuário tenha que mobilizar o patrimônio pessoal e expô-lo ao alto risco associado aos investimentos em cripto, algo que inibe muitas pessoas.

Mas a modalidade não é de interesse apenas dos novatos: usuários experientes também podem sair no lucro. Afinal, para quem acredita na valorização e no futuro das criptomoedas, é muito mais vantajoso receber seu cashback em cripto do que em fiat.

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Para muitos, a superação dos recordes de valorização do Bitcoin e das outras moedas não é uma questão de “se”, mas de “quando”. Isso coloca um grande potencial de apreciação a médio/longo prazo sobre o patrimônio recebido na forma de cashback, que passa a ser encarado como um novo tipo de investimento. O mesmo benefício não pode ser alcançado quando se opera diretamente com pontos ou milhas, por exemplo.

Desvantagens do cashback em criptomoedas

É preciso ter em mente que as criptomoedas são voláteis. Em prazos de até mesmo 1 dia, a cotação do Bitcoin oscila consideravelmente, não raro ultrapassando 15% para mais ou para menos. Só neste ano, o BTC já quebrou recordes de valorização próxima de US$65 mil e, em apenas um mês, caiu para a metade desse valor. É preciso estar ciente das oscilações a curto prazo e da variação do valor recebido ao longo do tempo.

Outro ponto é que, no momento, os cartões não oferecem muita variedade. Muitos disponibilizam apenas o Bitcoin. Aqueles que têm opção de escolha estão limitados a dois tipos de criptomoedas. É importante que o consumidor analise com cuidado as condições do programa de recompensas e cashback do cartão.

Por fim, há necessidade de ter atenção aos impostos. Como mencionamos, as recompensas em criptomoedas podem experimentar um aumento de valor no tempo, o que as categoriza como investimentos. A maioria dos países tem trabalhado no desenvolvimento de normas que tratem dos ganhos com criptomoedas, e no Brasil isso não é diferente. Pode ser necessário declarar e pagar os impostos devidos com relação ao resgate de pontos de cashback em criptomoedas, mas os pormenores desses procedimentos ainda podem ser incertos, confusos e/ou ambíguos.

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Disponibilidade dos programas de cashback

Várias empresas do mundo inteiro já começaram a aceitar criptomoedas como forma de pagamento, e o Bitcoin, o Ether e a maioria das outras moedas vêm quebrando recordes de valorização desde o ano passado.

O momento é frequentemente comparado à alta e à queda do setor de cripto no ano de 2017, mas muitos analistas rebatem a crítica, apontando para uma maturidade e solidez muito maiores para o mercado de criptomoedas e seus usuários.

As empresas de pagamento internacionais parecem concordar com essa última afirmação, pois é notável a preocupação das mesmas em não ficar para trás diante do avanço das criptomoedas. Várias já possuem ou anunciaram o lançamento de produtos e serviços incorporando recompensas em cripto:

● Na opção cartão de débito, empresas como Coinbase e Fold foram as pioneiras em parceria com a Visa. Todas as compras feitas com esses cartões oferecem cashback de percentual variado (até 100%) em Bitcoin, além de eventuais prêmios e benefícios aleatórios.

● Também já existem cartões de débito em criptomoedas. Esses cartões, como o da Crypto.com e da Binance, com a bandeira Visa, ou BitPay, da Mastercard, permitem que o usuário gaste os criptoativos de sua carteira em locais que aceitam cartões de débito comuns, fazendo a conversão cripto-fiat automaticamente. Além disso, o usuário pode receber cashback direto em criptomoedas usando alguns desses cartões, como o da Binance.

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● A modalidade crédito veio em seguida. O primeiro cartão de crédito oferecendo cashback em Bitcoin veio como resultado da parceria entre BlockFi e Visa. O anúncio original foi feito ainda em 2020, e o lançamento aconteceu em julho deste ano. A empresa promete 1,5% de cashback (BTC) em todas as compras feitas com o cartão.

● Em abril de 2021, foi a vez da Mastercard. Em parceria com a corretora Gemini, ela anunciou um novo cartão de crédito com cashback entre 1% e 3% em Bitcoin, conforme o tipo de compra. Esse cartão ainda não está disponível, mas seu lançamento é esperado ainda para o ano de 2021 (inicialmente apenas nos Estados Unidos).

● A maioria desses serviços ainda não pode ser utilizada em território brasileiro. O único cartão que oferece serviços com cashback em cripto no país, atualmente, é o AlterCard. Ele funciona com a bandeira Visa e oferece até 1% de cashback em Bitcoin.

Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Naturalizado Brasileiro. É fundador da empresa Growth.Lat e do projeto Growth Token.

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