Uma carteira de criptomoedas ligada ao hack de 2014 da exchange Mt. Gox voltou a ser movimentada na manhã de quarta-feira (23), com seu dono misterioso enviando 10 mil Bitcoins para outras duas carteiras até então desconhecidas.
Essa foi a maior movimentação registrada da carteira desde agosto de 2017, como apontou a análise do Coindesk. O endereço de onde partiu o montante de Bitcoin, equivalente a US$ 165 milhões no momento da transação, é atribuído à exchange BTC-e pela empresa de análise blockchain Crystal Blockchain.
É possível que o Bitcoin esteja ligado ao caso da Mt. Gox porque a BTC-e foi usada pelo hacker para lavar as criptomoedas roubadas no ataque. Isso levou Alexander Vinnik, um russo acusado de ser o operador BTC-e, a ser preso desde 2017 nos EUA, acusado de facilitar a ocultação de US$ 4 bilhões em criptomoedas ligadas ao hack.
Ao analisar os detalhes da transação de ontem, é possível ver que os 10 mil Bitcoins foram separados em outras duas carteiras, uma recebendo 6.500 BTC — que permanecem parados — e outra os remanescentes 3.500 BTC, que já foram redirecionados para outros endereços.
Os analistas da empresa de segurança PeckShield rastrearam as transações desta segunda carteira e perceberam que cerca de 65 BTC, equivalente a US$ 1 milhão na atual cotação do ativo, foram enviados para a corretora de criptomoedas HitBTC, o que pode sinalizar que essa parcela de bitcoin pode ter sido liquidada no mercado.
Os fundos enviados para a HitBTC, no entanto, representam apenas uma fração do montante movimentado ontem. A maioria das carteiras que receberam o restante do Bitcoin não está associadas a corretoras ou outras empresas/serviços conhecidos no setor.
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Mt. Gox, uma história que não termina
A Mt. Gox foi uma das primeiras exchanges de criptomoedas do mercado e em 2014, era responsável por 70% de todas as transações de bitcoin do mundo. Até que naquele ano, a corretora baseada no Japão perdeu 850 mil BTC em um infame ataque hacker que entrou para a história do setor cripto.
Ao longo dos últimos oito anos, os investidores lutaram na justiça para que os responsáveis pela empresa encontrassem uma forma de reembolsá-los pelo dinheiro perdido no ataque.
A história voltou à tona nos últimos meses à medida que o plano de reembolso que levou anos para ser construído na justiça japonesa finalmente avança.
Em outubro, a Mt. Gox liberou o formulário para credores pedirem liberação dos 137 mil bitcoins que tem direito a receber, e sinalizarem de que forma querem receber o reembolso.
Mas a expectativa é que os reembolsos da Mt. Gox comecem a ser executados de fato no início de 2023, à medida que especialistas do mercado afirmam que o processo completo de pagamento aos investidores será realizado por etapas e pode levar meses para ser concluído.
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