Ray Nasser, o CEO da empresa de mineração de criptomoedas Arthur Mining, está organizando uma operação para que investidores brasileiros que perderam mais de US$ 100 mil na FTX, tentem recuperar parte do patrimônio por meio de uma ação legal.
O empresário pretende coordenar uma ação coletiva, tipo de processo judicial no qual o autor da ação é um grupo de várias pessoas ou empresas que tem o mesmo interesse. Nasser fez a convocação nesta quarta-feira (16) no Twitter:
Estou ajudando investidores e parceiros entrarem no melhor class action contra a FTX. Se voce tiver mais que 100k USD preso la dentro, me mande uma mensagem private.
— Ray Nasser 🌋 (@RayNasser123) November 16, 2022
O executivo disse ao Portal do Bitcoin que não viu ninguém no Brasil tomando uma medida parecida e que está trabalhando com uma consultoria de Londres para saber qual o melhor caminho.
“A minha empresa tem zero exposição a FTX, mas precisamos ser solidários com os que nos apoiaram todos estes anos entre investidores e parceiros e ajudá-los o máximo possível. Muita gente foi lesada”, afirma Nasser.
Sobre detalhes de como a ação iria se desenrolar, o brasileiro diz que as autoridades que devem ser procuradas são as dos Estados Unidos ou Bahamas, o país caribenho onde está localizada a sede da corretora. “Todas as empresas estão conectadas e se enrolaram transferindo dinheiro de uma para outra. Ao meu ver, um processo iria atrás de todas elas e de seus diretores respectivamente”, diz.
Nasser diz conhecer muitos atores do mercado financeiro e de capitais que sofreram grandes perdas com a quebra da corretora de Sam Bankman-Fried.
“A FTX era a maior exchange do hemisfério oeste, não asiática. Muita gente veio me perguntar e eu quero ajudar. Já participei no passado de ações coletivas e tenho experiência nisso”, ressalta.
Quebra da FTX
A FTX enfrenta uma profunda crise de liquidez que a levou a parar de pagar os clientes na semana passada. Para tentar se salvar, a corretora tentou ser adquirida pela concorrente Binance. CZ arriscou a compra da empresa, mas acabou desistindo.
A FTX era uma das maiores corretoras do mundo e seu colapso jogou o mercado cripto em de suas crises mais profundas.
No sábado (12), SBF foi interrogado pela polícia e pelas autoridades reguladoras do setor financeiro das Bahamas. Isso foi um dia após o pedido de recuperação judicial das empresas do grupo nos EUA.
A crise aconteceu porque a FTX usava dinheiro de seus clientes para cobrir buracos na corretora ou na Alameda Research, firma parceira. SBF criou até uma rota secreta para movimentar fundos e a agência de notícias Reuters afirma que US$ 1 bilhão sumiram dos registros da empresa.