Imagem da matéria: Blockchain como aliada do futuro equitativo para a creator economy | Opinião
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Depois de gerar US$ 5 bilhões para a economia dos Estados Unidos, tornar-se bilionária e encerrar 2023 nominada como a ‘Pessoa do Ano’ pela Time, Taylor Swift está decretando o fim de um ciclo, e passando o bastão para a “era dos criadores de mídia, marketing e comércio”.

Não que a creator economy esteja eu seus primórdios, ou que a personalidade mais badalada deste ano seja uma autêntica criadora antes de ser reconhecida como a cantora mais influente da Geração Z.

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“A música e a turnê de Swift, por si só, também a tornaram bilionária, o que é raro para um artista (…) Mas o sucesso de Swift também é uma lição e um aviso para as empresas estabelecidas (…) Embora Swift não seja exatamente uma criadora – ela é uma criativa e uma celebridade -, ela incorpora o espírito do criador.”

Os paralelos foram traçados pela colunista Jasmine Enberg antes do Natal para o CMO Insider. A intenção da especialista sobre cultura da internet é reforçar dois movimentos em curso para 2024:

1º:  Como as marcas estão transferindo cada vez mais dinheiro dos anúncios tradicionais para os criadores;

2º:  O potencial da inteligência artificial (IA) para impulsionar a creator economy, oferecendo novas ferramentas e valorizando a autenticidade.

Por trás de suas projeções, Enberg apresenta um número delirante para qualquer agência de influência e afins: o Goldman Sachs estima que a economia dos criadores vale atualmente US$ 250 bilhões e quase dobrará para US$ 480 bilhões até 2027.

A expectativa metrificada pelo dado nos fornece a real dimensão de como “os criadores passam por cima das instituições estabelecidas para comercializar e levar produtos diretamente às suas comunidades.”

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E é a partir desta justificativa de Enberg que irei incluir mais um ponto para abordar o futuro da creator economy no contexto das tecnologias insurgentes:

3º: Ao oferecer a camada de propriedade à internet, a blockchain incentivará um movimento entre plataformas para os criadores, por meio do qual eles competem por melhores divisões de receita e remuneração.

O caminho para um “futuro mais justo e equitativo” foi debatido pelo insider Martin Berg para expor o quanto as plataformas resistem à essa mudança. É a lógica do vale tudo pelo controle:

“As plataformas são apenas centros: distribuidores, facilitadores, agregadores, monetizadores. E na maioria dos casos, elas também são as proprietárias de fato do conteúdo.”

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Apesar de produzirem os conteúdos que alimentam as mídias sociais, os criadores pagam taxas relativas às receitas que podem variar de 30% a 100%, segundo Berg.

Além disso, eles também arcam com o custo de usar o sistema financeiro destas plataformas. E seus fãs, provavelmente, não têm a menor ideia sobre isso.

O escritor e podcaster Jay Springett detalhou alguns destes números:

Patreon: 5%, mais o custo do processamento do pagamento (2-3%)

Kickstarter: 5% mais o custo do processamento de pagamentos (2-3%)

Substack: 10% mais o custo do processamento do pagamento (2-3%)

Onlyfans: 20% mais o custo do processamento do pagamento (2-3%)

Youtube: 30% (de assinaturas de canais)

Twitch: 50%

“A lógica e o objetivo das plataformas sociais na década de 2020 não será apenas capturar a atenção dos usuários, mas também o valor que está sendo criado entre os criadores e seu público. (E) os criadores estão sendo pegos no fogo cruzado”, analisou Springett.

Os criadores profissionais entendem o negócio e o valor do conteúdo. O criador-consumidor-usuário comum, porém, ainda não, ponderou Berg.

E na maioria destas plataformas, a cauda longa dos creators desempenha um papel essencial para garantir a abundância de conteúdo.

Enquanto as plataformas competem pelos melhores criadores, eles disputam por maiores divisões de receita e remuneração. 

“Quanto dinheiro eu ganho com meu conteúdo quando a plataforma fica com 60%? Qual é o tamanho do público que preciso para monetizar no mesmo nível se a plataforma ficar com apenas 5%? Os criadores passarão a se preocupar com a matemática”, alertou Berg.

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A ascensão das tecnologias emergentes demandará o desenvolvimento de novas estruturas em relação a direitos, propriedade e pagamento de dados. A projeção feita por Springett é de que “nos próximos 20 anos, a criação e a propriedade terão que ser redesenhadas.”

Parafraseando Giles Crouch, estamos partindo para a era da socioeconomia: não são as tecnologias digitais que estão a mudar os modelos e sistemas econômicos, mas é sobre como a cultura está usando essas tecnologias.

Sobre o autor

Eduardo Mendes é consultor para cultura e inovação. Cofundador da The Block Point (TBP), a primeira newsletter em português sobre Web3 no Brasil, ele é co-criador do Território Alvinegro, a plataforma que reúne as iniciativas digitais do Atlético-MG. Também foi responsável pelo primeiro case do uso de produtos digitais em um festival de live música no Brasil com a T4F, e desenvolveu o projeto piloto de Web3 da OneFootball no país com a TBP.

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