O Bitcoin está oscilando em torno da marca de US$ 102 mil neste sábado (1º), mas pode recuar para US$ 100 mil diante de dados negativos de inflação e emprego nos EUA, de acordo com uma análise da exchange japonesa BitBank.
“Com a festa de posse de Donald Trump para trás, o mercado cripto está mudando o foco para os dados de inflação dos EUA e para o relatório de empregos na próxima semana”, explica Yuya Hasegawa, analista de mercado da BitBank.
Embora a inflação tenha desacelerado modestamente em dezembro, Hasegawa observa que ela tem se mostrado “persistente” nos últimos meses e que os dados econômicos que estão por vir “podem não favorecer o Bitcoin”.
Algo semelhante pode se aplicar ao Ethereum, embora este último tenha superado o Bitcoin após a aprovação da SEC para o fundo negociado em bolsa BTC-ETH da Bitwise.
Essa notícia também chega no momento em que os fluxos líquidos para os ETFs de Ethereum voltam a ser positivos após vários dias de saídas, com fundos adicionando ETH no valor de US$ 67,8 milhões às suas carteiras, segundo dados da CoinGlass.
Ainda assim, se os números da inflação forem desanimadores, isso indicaria que o Federal Reserve pode manter sua atual postura de não reduzir as taxas de juros. Na manhã de sexta-feira, o Departamento de Análises Econômicas do Departamento de Comércio dos EUA informou que o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) subiu 0,3% no último mês, após um ganho não revisado de 0,1% em novembro.
No entanto, James Wo, fundador do Digital Finance Group, sugeriu que, se e quando o mercado perceber uma desaceleração da inflação, isso poderia rapidamente aumentar as expectativas de futuros cortes nas taxas de juros.
“Os cortes de juros esperados aumentarão a oferta de dinheiro, o que se traduz em maior poder de compra, muitas vezes impulsionando o mercado de alta”, disse ele ao Decrypt.
Mesmo que as notícias sobre a inflação não sejam animadoras, o cenário de médio e longo prazo para Bitcoin e Ethereum continua positivo, com Hasegawa destacando a recente mudança de postura de Jerome Powell sobre a relação entre bancos dos EUA e empresas cripto.
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“O comentário do presidente Powell foi recebido como uma esperança de que algum nível adicional de desregulamentação esteja a caminho”, disse ele em uma nota de mercado compartilhada com o Decrypt, acrescentando que as observações de Powell se alinham com a recente remoção da restritiva regra contábil SAB 121.
James Wo, do Digital Finance Group, também está otimista de que os comentários de Powell foram mais do que simbólicos e levarão a um crescimento significativo nos EUA e no mercado mais amplo de criptomoedas.
“Isso tem grande significado, pois agora fornece uma orientação mais clara para os bancos atenderem ao setor cripto, reduzindo as áreas cinzentas e ambiguidades que muitas instituições enfrentaram no passado”, explica.
Outros analistas apontam fatores adicionais positivos para o Bitcoin, com a 10X Research escrevendo que a retórica tarifária do presidente Donald Trump já está impulsionando o preço do ouro e pode fazer o mesmo com a maior criptomoeda do mercado.
“393 toneladas métricas de ouro — avaliadas em aproximadamente US$ 35 bilhões — foram movidas para os cofres da COMEX em Nova York desde a eleição de Trump, elevando os níveis de estoque em 75%, o maior desde 2022”, escreveram os analistas da empresa.
E com o preço do ouro em alta, isso pode aumentar o ímpeto por um ativo de reserva adicional, um movimento que já está forte devido às recentes iniciativas de diversos estados para estabelecer reservas em BTC.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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