Bitcoin está com os dias contados, diz vice-presidente do Banco da China no Brasil

Para Hsia Hua Sheng, que também é professor da FGV, criptomoedas não controladas pelo Estado terão vida curta
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O economista Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Banco da China no Brasil e professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse nesta sexta-feira (7) em seu perfil no LinkedIn que as criptomoedas não controladas pelo Estado terão vida curta:

“As moedas digitais não emitidas pelos governos estão com os dias contados! Elas vão ser controladas indiretamente pelos governos ou vão entrar para mundo de moeda ilegal de vez. Então: Por que investir em bitcoin agora?”.

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Em um comentário extra enviado à reportagem do Portal do Bitcoinapós contato por meio de mensagem privada, Sheng disse “In Gov&Tech we trust!”, que na tradução para o português significa “Em tecnologia do governo nós confiamos”.

Para sustentar seu posicionamento anti-criptomoedas descentralizadas, o economista citou a matéria de capa da revista The Economist desta sexta, que chamou as Moedas Digitais dos Bancos Centrais (CBDC) – ou ‘govcoins’ — de a “nova encarnação do dinheiro”.

A publicação, considerada uma das mais importantes do mundo, disse que as CBDCs poderiam cortar despesas operacionais do setor financeiro global – que chegam a US$ 350 por pessoa no ano – e levar serviços bancários para os cerca de 1,7 bilhão de desbancarizados do mundo, além de diminuir a dependência das pessoas pelos bancos comerciais.

No entanto, segundo a The Economist, também há um lado perigoso da ascensão desses ativos digitais governamentais, já que eles “centralizariam o poder no Estado em vez de distribuí-lo por meio de redes ou entregá-lo a monopólios privados”, o que poderia afetar a geopolítica, a forma como o capital é alocado e até mesmo a vida privada do usuário.

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“Uma vez em ascensão, as govcoins poderiam se tornar panópticos (termo que faz referência a uma vigilância onipresente) para o Estado controlar os cidadãos: pense em multas eletrônicas instantâneas por mau comportamento. Esse vasto espectro de oportunidades e perigos é assustador”, disse a revista.

China, Bitcoin e CBDCs

A publicação também alertou que não é de se admirar que as CBDCs estejam em alta em países fechados, como a China. O país asiático vive uma relação conturbada com o bitcoin, ao mesmo tempo que não mede esforços para promover e internacionalizar sua moeda digital, o yuan digital.

Em 2017, a China proibiu as exchanges de criptomoedas de operarem no país.

“É revelador que os autocratas da China, que valorizam o controle acima de tudo, estão limitando o tamanho do e-yuan e reprimindo plataformas privadas como a Ant”, disse a revista.

No mês passado, Mu Changchun, presidente do instituto que conduz a CBDC desenvolvida pelo Banco Popular da China (PBoC), falou que é inviável a criação de uma moeda digital anônima.