Bitcoin (BTC) estava mais estável do que o petróleo antes do crash de hoje

Pesquisa da Kaiko Research mostra que as principais criptomoedas, famosas pelas altas e baixas nos preços, estavam em meio a uma espécie de férias antes do recuo registrado nesta sexta
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Shutterstock

Conhecidas por suas grandes altas e baixas, as principais criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, pareciam ter tirado umas férias com relação à volatilidade, que nesta semana bateu o menor valor histórico – pelo menos antes das fortes quedas registradas registrada na tarde de quinta (17) e na madrugada desta sexta-feira (18).

O movimento lateral dos preços havia chegado a a um ponto em que até o petróleo estava mais volátil que esses ativos digitais.

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De acordo com novos dados da Kaiko Research divulgados na quarta-feira (16), os índices de volatilidade trimestral para Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) haviam atingido mínimas plurianuais, caindo 35% e 37%, respectivamente.

Com isso, as duas principais criptomoedas estavam menos voláteis do que o petróleo, que aparecia no indicador com 41%.

👀📈#BTC and #ETH 90-day #volatility just dropped to multi-year lows at 35% & 37% each, making them less volatile than oil at 41%.🤔🗓️ pic.twitter.com/VMfTW53goG

— Kaiko (@KaikoData) August 16, 2023

A volatilidade do mercado é a frequência e a magnitude dos movimentos de preços, para cima ou para baixo. Ele é calculado com base em quanto um preço varia ao longo do tempo – com uma porcentagem mais elevada representando uma maior volatilidade e vice-versa.

As criptomoedas têm sido historicamente mais voláteis do que o petróleo, o que é visto na maior frequência e magnitude de seus movimentos de preços, o que, segundo a analista da Kaiko, Dessislava Ianeva, tornava o cenário do mercado “incomum”.

Dito isto, essa volatilidade diminuiu substancialmente de acordo com ela, já que “o Bitcoin como ativo continua a amadurecer.”

Embora o petróleo seja atualmente o líder em volatilidade entre os ativos medidos — que incluem a Nasdaq e o ouro — o índice caiu desde o ano passado.

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Ianeva afirma que a volatilidade do petróleo caiu frente aos 63% de julho de 2022, embora tenha aumentado desde abril.

Um dos fatores dessa queda, ela disse ao Decrypt, parece ser um aumento da tensão geopolítica, bem como uma “reabertura decepcionante” da China.

O país havia imposto restrições rigorosas à Covid-19 até recentemente, mas o levantamento dessas restrições não teve o choque econômico de alta que muitos esperavam.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.