A corretora de criptomoedas Binance iniciou uma onda de demissões de proporções ainda incertas, revelou nesta quarta-feira (31) Colin Wu, o jornalista chinês por trás do perfil de notícias Wu Blockchain.
Ele escreveu nesta manhã que várias fontes confirmaram o layoff e que rumores estimam que os cortes em junho sejam de cerca de 20%. No total, a Binance tem mais de 8,6 mil funcionários espalhados pelo mundo, sendo 228 localizados no Brasil, de acordo com a página da empresa no LinkedIn.
“O plano de compensação será formulado de acordo com diferentes situações em diferentes lugares. No entanto, alguns departamentos ainda continuam a recrutar. As demissões podem estar relacionadas ao fraco mercado geral e à grande expansão anterior”, acrescentou Wu.
Ao Portal do Bitcoin, o jornalista disse que os rumores da demissão na Binance começaram a circular na comunidade chinesa e que ele foi capaz de confirmar as demissões por meio de alguns funcionários da Binance.
“Eu ainda não tenho certeza se é uma demissão de toda a empresa, porque alguns departamentos da Binance ainda estão contratando pessoas”, avisou o jornalista.
A Binance confirmou que realizou demissões, mas não informou quantos funcionários foram cortados.
Ao Portal do Bitcoin, a Binance ressaltou que “não se trata de um caso de redimensionamento, mas sim de reavaliar se temos os talentos e as experiências certas para funções críticas e, portanto, ainda continuaremos tentando preencher centenas de posições que seguem em aberto. Esse processo incluirá a análise de certos produtos e unidades de negócios para garantir que nossos recursos sejam alocados adequadamente para refletir as demandas em evolução de usuários e reguladores”.
Ao site de notícias The Block, a corretora acrescentou que os processos de reavaliação levaram “à demissão de alguns funcionários que podem não estar tendo um bom desempenho ou que podem não ter o ajuste cultural certo”.
Em janeiro, CZ prometeu contratações
Enquanto a larga maioria das corretoras de criptomoedas seguiram o fluxo de demissões da maioria das empresas de tecnologias nos últimos meses, a Binance parecia ter poupado seus funcionários já que nenhum layoff de maiores proporções havia sido informado pela empresa até então.
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Em janeiro deste ano, CZ chegou a afirmar que sua empresa planejava seguir o caminho contrário da indústria e seguir contratando, com o plano de aumentar em até 30% o seu quadro de funcionários em 2023. Essa porcentagem representaria a contratação de 1,2 mil a 2,4 mil novos colaboradores ao longo do ano.
O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, já até criticou no passado empresas que faziam layoffs, falando para investidores terem cuidado com plataformas que faziam isso. “Se você não fizer o gerenciamento de riscos agora, não culpe os outros pelas consequências posteriores”, complementou CZ no tweet de novembro de 2022.
Em meio às notícias das demissões da Binance, um print desse tweet de CZ, que havia sido deletado por ele, voltou a circular no Twitter, compartilhado nesta manhã por Cobie, um famoso investidor cripto.
Oh? pic.twitter.com/5C6azhfgYi
— Chris (@XBTChris) May 31, 2023
Na época, CZ respondeu um usuário que criticou sua postura de jogar dúvidas sobre a competência de empresas que passaram por layoffs, já que nomes sérios do mercado, como Kraken, fizeram cortes.
“Não estou dizendo que definitivamente há problemas com layoffs. Apenas sobre os princípios de gerenciamento de risco. Além disso, ser OG não significa ser livre de riscos”, diz o tweet ainda no ar.
CZ critica FUD
Com a notícia das novas demissões da Binance tomando maiores proporções na comunidade cripto, CZ voltou ao Twitter para reclamar do que classificou como FUD (medo, incerteza e dúvida).
“Outro dia, outro FUD sobre rumores de demissões. A Binance tem um programa “bottom out” (provavelmente deveríamos renomeá-lo para outra coisa). Constantemente dizemos adeus às pessoas que não se encaixam bem na empresa. Muitos deles são pessoas excelentes ou de alto desempenho, mas podem não se adequar à nossa cultura/situação única. Não há % de pessoas que temos que “empurrar para fora”. Também pressiono por corte de custos, servidores, voos, refeições, etc, todas as semanas também. Deve ser por isso…”, escreveu o empresário, finalizando: “ainda estamos contratando”.