A Bankly, plataforma da Acesso Bank, teve uma queda de quase R$ 1 bilhão no Volume Total de Pagamentos (TVP) na comparação do segundo trimestre de 2022 com os primeiros três meses do ano.
A informação foi divulgada pela empresa em um comunicado ao mercado – a startup Méliuz, controladora da Acesso, tem capital aberto e por isso deve periodicamente prestar contas. No documento, a empresa responsabiliza o inverno cripto pela queda.
De R$ 8,3 bilhões no primeiro trimestre em TPV a Bankly foi para R$ 7,4 bilhões no segundo. O termo TPV mede o valor transacionado nos meios de pagamento que uma empresa disponiliza para os clientes.
É uma métrica muito usada por fintechs e companhias do mercado financeiro, em especial de meios de pagamento.
“Já em comparação ao 1T22, o TPV do Bankly apresentou uma queda de 12%, devido principalmente ao menor número de transações dos parceiros ligados a produtos de criptomoedas, dado o cenário adverso que o setor vem enfrentando nos últimos meses”, aponta o comunicado.
O primeiro semestre de 2022 teve preços de criptomoedas estagnados ou em queda, o que naturalmente faz diminuir o número de transações.
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Rompimento com a Binance
No entanto, há outros fatores que podem ter contribuído para os números menos favoráveis da empresa.
A Acesso Bank prestava serviços para a Capitual, que era a empresa responsável por viabilizar saques e depósitos em reais na Binance.
Mas a Binance rompeu o acordo comercial com a Capitual e, consequentemente, com a Acesso (Bankly/Méliuz). O rompimento se deu apenas 15 dias antes do fim do segundo trimestre; no entanto, pelo alto volume que a corretora gira, pode ter tido impacto significativo.
O fim do acordo entre Capitual e Binance girou em torno de desentendimentos sobre exigências do Banco Central, por suspeitas de riscos de lavagem de dinheiro na corretora.
Como resultado, a exchange interrompeu os serviços, passando quase três semanas sem saques e depósitos em reais até finalmente fechar parceria com a Latam Gateway, que usa os serviços do BS2.
Em meio ao rompimento, as empresas seguem travando uma disputa judicial que já resultou no congelamento de R$ 450 milhões pertencentes a clientes da Binance, cujo destino segue indefinido.