De pagamentos de ransomware exigidos em criptomoedas a atores estatais que usam ativos digitais para contornar sanções e outras restrições, o Departamento de Justiça (DOJ) está alertando que o setor cripto está se expandindo em todas as áreas que a agência está explorando.
“Estamos vendo criptomoedas e ativos digitais realmente tocarem todos os aspectos da atividade criminosa que investigamos”, afirmou o diretor da equipe nacional de Aplicação de Criptomoedas (NCET) do DOJ, Eun Young Choi, em uma recente conferência organizada pelo Financial Times.
Com representantes do Departamento de Justiça dos EUA, da Polícia Nacional do Reino Unido e do setor privado, o painel intitulado “A aplicação da lei pode proteger os consumidores de golpistas de cripto?” com o objetivo de abordar as questões atuais que assolam a indústria.
Reconhecendo que o DOJ tem uma equipe investigando cibercrimes há muitos anos, Choi disse que a agência viu um aumento gigantesco nos crimes relacionado aos criptoativos nos últimos anos.
Olhando para avaliar a perspectiva do outro lado do Atlântico, Phil McInerney, Inspetor Chefe no National Police Chief’s Council (NPCC) no Reino Unido disse ao painel que “o ransomware era particularmente uma ameaça fundamental para o Reino Unido.”
Ambos os agentes da lei do governo afirmaram que o crime relacionado às criptomoedas exigia uma abordagem e mentalidade diferentes.
“Existem alguns desafios”, afirmou Choi. Ela acrescentou: “Por sua própria natureza, a tecnologia é construída para não depender de intermediários, transações transfronteiriças que são imutáveis e irreversíveis. A aplicação da lei pode congelar transações convencionais, mas não pode fazer isso com transações de ativos digitais.”
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De acordo com o DOJ, a agência analisou o problema colocado pelas exchanges e certas plataformas de mistura de criptomoedas conhecidas como tumblers ou mixers, que ofuscam o remetente e o destinatário de uma transação. Choi disse que o departamento acredita que os maiores riscos vêm daqueles que não investem na gestão de riscos adequada ou no compliance.
McInerney, do Reino Unido, acredita que a cooperação público-privada será fundamental para reduzir o crime relacionado aos criptoativos.
Aidan Larkin, fundador e CEO da Asset Reality, também apareceu no painel. Sua empresa se concentra em fornecer, às agências de aplicação da lei, as ferramentas para recuperar adequadamente os ativos roubados. Ele disse que está otimista sobre o presente e o futuro das parcerias público-privadas, mesmo que a natureza sem fronteiras dos criptoativos torne as investigações criminais muito mais difíceis.
Uma questão comum que os três membros do painel se deparam é o nível de notificação, ou a falta dela, feita pelas vítimas. Instaram o público a informar as autoridades sobre qualquer tipo de atividade criminosa, independentemente da dimensão dos danos.
Fechando o painel, Choi, do DOJ, disse ao painel que também estava interessado em investigar o aumento do uso de plataformas descentralizadas, uma vez que permitem contornar as autoridades.
Choi terminou afirmando: “acho que haverá um crescimento da atividade criminosa nessa área.”
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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