Atualização do Ethereum renova esperança de alta das criptomoedas em agosto | Opinião

Entenda como a Fusão do Ethereum vai impactar todo o setor cripto para além da segunda maior criptomoeda do mundo
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Foto: Shutterstock

A nova etapa da atualização da rede Ethereum, conhecida como “Ethereum Merge”, está se aproximando. Ela traz novas expectativas de melhorias nos rendimentos dos protocolos DeFi e na valorização das criptomoedas, que vêm sofrendo quedas acentuadas nos últimos meses.

O mês de maio, em especial, foi bastante severo para o mercado. Tivemos posturas de apertos financeiros vindos do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, como medidas de controle para a alta da inflação, e o inesperado e impactante colapso do TerraUSD (UST). Esses fatores impactaram todo o ecossistema cripto: o Bitcoin (BTC) segue cotado abaixo de R$ 150 mil, e o Ether abaixo de R$ 9 mil.

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Ainda assim, muitos anseiam por uma potencial reviravolta nos próximos meses, que possivelmente dará um fim a essa tendência bearish do mercado cripto. Trata-se da mais importante etapa da atualização da rede Ethereum 2.0, o Merge. A seguir, vamos entender melhor do que se trata, quando e o que mudará, e quais serão as consequências para a comunidade cripto.

Ethereum

A rede Ethereum é a mais importante blockchain, depois da rede Bitcoin. Ela foi criada em 2014 por Vitalik Buterin, sendo uma rede descentralizada que abriu a possibilidade de armazenamento de dados e realização de operações computacionais em blockchains, e não apenas de transações financeiras.

Daí surgiram os contratos inteligentes, os aplicativos descentralizados (dApps) e os ecossistemas de finanças descentralizadas (DeFi). O Ethereum também permite a alocação de quaisquer criptomoedas secundárias, enquanto sua moeda nativa é o ether, a segunda maior criptomoeda do mundo.

Desde sua fundação, a comunidade já se mobiliza para que a rede Ethereum se torne mais eficiente, escalável, livre de congestionamentos e mais propícia para a criação e funcionamento dos dApps.

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Assim surgiu o projeto Ethereum 2.0, hoje ressignificado para o termo “Consensus Layer” (“camada de consenso”): um plano multi-etapas para a implementação de add-ons e para a transição do mecanismo de validação para Prova de Participação (Pos), ao invés do atual Prova de Trabalho (PoW). Em suma, as transações deverão custar muito menos gas e ser exponencialmente mais rápidas, e a mineração de ether deixará de existir.

O que é o “Merge”?

Merge significa “fusão”. Essa fase nada mais é do que a combinação das duas layers que hoje compõem a rede Ethereum: a camada principal e a camada Beacon Chain, que já funciona desde dezembro de 2020 com Prova de Participação.

Até o momento, a Beacon Chain é estéril e paralela, não sendo possível a realização de nenhuma tarefa além do staking de ETH. Após o Merge, a mainnet do Ethereum passará a fazer parte da Beacon Chain, trazendo todas as funcionalidades de transações e contratos inteligentes. Um código adicional, chamado “bomba de dificuldade”, diminuirá a velocidade da rede propositalmente e assegurará que os validadores trabalhem apenas através da Prova de Participação.

Quando ocorrerá o Merge?

A novidade é que Vitalik Buterin anunciou, recentemente, que a fase de Merge acontecerá ainda em agosto deste ano. A equipe da Ethereum Foundation informou que o Merge já está pronto, e agora só precisam ser feitos mais alguns testes; as preparações finais não devem levar mais que três meses.

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Essa data não foi anunciada aleatoriamente: já foi, inclusive, adiada, da mesma forma que já houveram vários retardos em diversas fases anteriores do projeto Consensus Layer. O último cancelamento do upgrade ocorreu em maio. A fundação acabou optando por colocar o Merge em agosto, de forma que a ativação da bomba de dificuldade pudesse ser adiada.

Quais serão as consequências para a comunidade cripto e para o mercado?

Após a realização do Merge, qualquer quantia em ETH que foi colocada em staking poderá ser sacada pelos usuários. Isso, contudo, só poderá ser feito depois de uma próxima atualização chamada “cleanup upgrade”, que será lançada “brevemente após o Merge”, segundo os desenvolvedores.

Essa transição também traz bons ventos em termos de redução nas emissões de carbono e do fim das altas taxas pagas aos mineradores, com o fim da mineração por Prova de Trabalho.

Em muitos países, os maiores argumentos e entraves regulamentares para o funcionamento de blockchains e criptomoedas, como o Bitcoin, são o alto consumo de energia elétrica e o impacto ambiental causado por elas.

Com a prova de participação, isso deixará de ser uma preocupação para a comunidade Ethereum. O desenvolvimento de projetos Ethereum e dApps na rede também deverá ganhar muita força, possivelmente impactando mercados alternativos como as blockchains Solana e Cardano.

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Mas a verdadeira expectativa da comunidade em torno dessa atualização está no impacto sobre a cotação do ETH e de outras criptomoedas. A emissão de ETH será reduzida em 90%, de forma que a menor oferta poderá catapultar o preço da moeda.

Alguns investidores e analistas mais otimistas consideram até mesmo a volta do ETH para a ordem das altas histórias de novembro de 2021, em US$ 4.891. Não há como prever quando, ou se isso realmente acontecerá, mas muitos já estão fazendo suas apostas.

Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Naturalizado Brasileiro. Atua como Business Development Manager Brasil na Kucoin.

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