Imagem da matéria: Ataque de 51%: Quanto Custa Atacar o Bitcoin e Outras Criptomoedas?
Marco Verch/Flickr

Ataques do tipo 51% ou Gasto Duplo começam a se tornar mais frequentes em redes de blockchain, especialmente nas usadas para validar transferências de criptomoedas pequenas. Recentemente, o Bitcoin Gold sofreu ataques que levaram à perda do equivalente a US$ 18 milhões. Operadores de Verge e Monacoin também foram roubados.

A ameaça é especialmente grave para investidores de Ofertas Iniciais de Moeda (ICO, em inglês), que aplicam capital em iniciativas de criação de tokens buscando lucrar com sua valorização futura.

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Mas, afinal, como funciona um ataque de 51%, e quais criptomoedas são mais vulneráveis?

O poder do blockchain

Para compreender a resposta, primeiro é necessário entender um pouco sobre como funcionam redes de blockchain.

Criptomoedas nada mais são do que pacotes de informação – ou blocos – que são enviados de um lugar para o outro. Esses blocos são divisíveis e transferíveis. Como qualquer informação digital, as criptomoedas necessitam de computadores com processadores potentes para analisar os bytes e realizar as operações pedidas.

Ao contrário do dinheiro digitalizado e emitido por bancos centrais, que são processados em grandes centros de computadores, os blocos de criptomoedas podem passar por praticamente qualquer computador caseiro ligado à rede de blockchain.

Mineradores

Cada transação de uma carteira digital a outra envolve milhares de computadores ligados entre si, chamados mineradores, cada um processando uma parte do bloco de informações emitido. Deixar um computador na capacidade máxima de processamento, entretanto, gera altos custos de energia.

Por isso, todas as redes de blockchain são criadas de forma a criarem novos blocos conforme as criptomoedas são transferidas. Esses novos blocos criados são distribuídos automaticamente para os mineradores proporcionalmente à sua contribuição nas transações.

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Apesar de pequenas, as remunerações valem a pena em regiões de baixo preço de energia. É cada vez mais comum grandes mineradores investirem em vários processadores que ocupam salas inteiras.

As redes de blockchain, porém, por conectarem todos os dados de uma vez, impedem que o mesmo bloco de informações seja tranferido e mantido no local de origem simultaneamente. Não há cópias: cada unidade de criptomoeda é única e, portanto, escassa. É isso que lhe confere seu valor como meio de troca.

Acúmulo de poder

É nisso que se baseiam os ataques de 51%. Quando alguém detém a maioria da capacidade de processamento de uma rede de blockchain, ele se torna capaz de fazer transações, lucrar com elas, e ainda manter unidades da criptomoeda consigo, como se o dinheiro fosse quase infinito, à custa de quem fez a transação.

Ataques de 51% não burlam as regras do blockchain, mas as seguem à risca. Os ataques recentes a diversas altcoins aconteceram com usuários que detiam mais de 51% da rede. Eles enviaram remessas de criptomoedas para exchanges e receberam de volta outra criptomoeda, mas, fora da rede, criavam cópias idênticas das moedas que haviam enviado.

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Quando conectavam suas cópias à rede, o blockchain, que não permite repetições de moedas, automaticamente excluía a versão do bloco enviada à exchange, fazendo-a arcar com o prejuízo, enquanto os hackers permanecem com o lucro do câmbio e mantêm consigo a unidade da criptomoeda, podendo usá-la quantas vezes quiser sem perdê-la.

O investimento de um hacker para conseguir ter domínio sobre a rede pode custar milhões de dólares em processadores, refrigeração e energia. O lucro obtido em usar as mesmas unidades da moeda de forma indiscriminada, porém, pode mais que compensar os gastos.

Risco maior para ICOs

Os tokens de ICOs, ou criptomoedas iniciantes, são justamente as mais vulneráveis a esse tipo de ataque. Primeiro, pela quantidade menor de mecanismos de defesa de suas redes. Além disso, como as conexões são menores, é relativamente mais fácil adquirir a maioria do poder de mineração dos blocos.

As leis do mercado oferecem alguns freios à prática do 51%. Se o poder de processamento de rede estiver na mão de um só, o risco de hacker é tão alto que a criptomoeda corre risco de perder valor, como explica João Ferreira. Além disso, as exchanges podem passar a recusar transações com a mesma criptografia usada anteriormente de forma fraudulenta.

Quanto custa para realizar um ataque?

O site crypto51 fez uma tabela listando o custo necessário para realizar 1 hora de ataque em diversas criptomoedas.

De acordo com eles, o site destina-se a mostrar o risco de ataques de 51% a criptomoedas menores. Não se destina a incentivar ou ajudar a completar um ataque, mas sim a fazer com que as pessoas falem sobre o problema e as possíveis soluções.

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Para realizar uma hora de ataque no bitcoin, por exemplo, seria necessário US$ 698 mil, enquanto no Bytecoin, apenas US$ 850. A lista completa pode ser encontrada no site deles.

Leia também: BitcoinTrade Inicia Negociação de Litecoin e faz Outras Melhorias

 

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