Em uma declaração oficial no Vaticano nesta terça-feira (8), o Papa Francisco soou o alarme sobre as possibilidades disruptivas da Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês). A mensagem veio como um prelúdio para uma homilia, “Inteligência Artificial e Paz”, que deverá ser divulgada no Dia Mundial da Paz, em 21 de setembro.
“Os avanços notáveis feitos no campo da inteligência artificial estão tendo um impacto cada vez maior na atividade humana, na vida pessoal e social, na política e na economia”, disse Francisco.
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Francisco pediu um diálogo aberto sobre o que a tecnologia emergente significa para a humanidade, dizendo que a AI é “dotada de possibilidades disruptivas e efeitos ambivalentes”.
Aparentemente, as notícia dos deepfakes (imagens falsas) gerados por AI do Papa Francisco vestindo uma jaqueta branca Balenciaga e um colar incrustado de diamantes pode finalmente ter chegado aos ouvidos do pontífice.
Um deepfake é um tipo cada vez mais comum de conteúdo de vídeo ou áudio criado com inteligência artificial que retrata eventos falsos, mas é feito de uma forma que pode ser muito difícil identificar como falsificado.
Francis, que uma vez disse à ABC News que nunca usou um computador e admoestou os fiéis a não se sentarem atrás de computadores ou se trancarem em seus escritórios e discutirem como “guerreiros do teclado”, foi o assunto de várias fotos deepfake que se tornaram virais no início deste ano.
Uma imagem gerada por IA mostrou o líder da Igreja Católica andando em uma passarela com uma capa transparente da cor do arco-íris, símbolo do movimento pelos direitos dos homossexuais.
The topic of the modern Pope generated by AI (#midjourney) is getting out of hand for us 😂
— Javi Lopez ⛩️ (@javilopen) March 28, 2023
💬 Prompts in ALT pic.twitter.com/9hJyQP369E
Procurando impedir o uso de sua tecnologia para espalhar deepfakes – incluindo a aparência falsa do Papa – a plataforma de arte generativa de AI Midjourney encerrou sua versão gratuita em março.
O Papa exortou à necessidade de desenvolver a inteligência artificial de forma responsável. Ele enfatizou a necessidade de vigilância para garantir que a inteligência artificial não alimente a violência e a discriminação, especialmente contra comunidades vulneráveis e marginalizadas.
“Para que esteja a serviço da humanidade e da proteção da nossa casa comum, exige que a reflexão ética se estenda à esfera da educação e do direito”, disse Francisco.
As palavras de Francisco ecoam as declarações do secretário-geral das Nações Unidas, que em junho alertou contra o uso de imagens geradas por inteligência artificial para alimentar o ódio em zonas de conflito.
“A proteção da dignidade da pessoa e o cuidado de uma fraternidade efetivamente aberta a toda a família humana são condições indispensáveis para que o desenvolvimento tecnológico ajude a contribuir para a promoção da justiça e da paz no mundo”, disse o Papa Francisco.
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