Imagem da matéria: A ética na era da criação com Inteligência Artificial | Opinião
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A Inteligência Artificial (IA) entrou na rotina da sociedade, tornando seu uso comum para cumprir tarefas do dia a dia.

Contudo, é necessário entender que a IA utiliza como base algo que já foi criado e divulgado e está presente em seu dataset, ou seja, um conjunto de dados utilizados para treiná-los. Mas esses algoritmos podem ser influenciados por vieses implícitos nos datasets, tendo como consequência resultados discriminatórios, perpetuando desigualdades existentes e aprofundando disparidades sociais.

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É necessário entender que a criação por meio da inteligência artificial não deveria copiar artes já existentes, mas assim como na mente de todo ser humano, existem referências que podem ser utilizadas pela tecnologia para novas criações.

Nesse contexto, a falta de ética pode ser observada pela ausência de transparência entre as empresas que utilizam a ferramenta e, para isso, uma das soluções que pode ser aplicada é o aprofundamento da tecnologia. Buscando entender a base que vai ser utilizada, deixando explícito para quem irá encontrar a nova obra de arte.

Hoje, nas artes produzidas por IA, é possível identificar resultados que são enraizados a grandes obras, sendo uma consequência do uso de datasets.

Para alguns, é necessário incluir apenas as palavras corretas e iniciar o comando, como o Chat GPT, que usa as informações e obras de artes de um artista para recriar algo novo, o que é questionável pela falta de originalidade da nova criação.

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Porém, na produção artística, é preciso pensar sobre o contexto e história no qual a arte vai ser criada, não esquecendo a cultura que muitas vezes entra no esquecimento.

Outro ponto importante a ser lembrado é que a criação por meio dos datasets podem sofrer com âmbitos sociais que estão implícitos, obtendo resultados que desrespeitam causas sociais, como discriminações com minorias da sociedade e colaborando com a presença da desigualdade social. Ou seja, há a necessidade de que o uso dos dados seja de qualidade e de abrangência, para treinar a inteligência artificial, incluindo as diversas camadas da sociedade, gênero, raça, idade e cultura, gerando a inclusão social.

Ainda assim, é possível conhecer as questões do algoritmos, buscando um futuro positivo para a inteligência artificial por meio da diversidade, transparência e responsabilidade na utilização dos dados e das regulamentações para que a privacidade do usuário seja garantida.

O uso da tecnologia pode ser aproveitado para impulsionar os diversos campos, incluindo a arte, inovando e desenvolvendo de maneira justa e responsável.

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As medidas técnicas e regulatórias podem também ser consideradas como soluções com a definição de diretrizes éticas para o desenvolvimento das IA, porém, deve ser mantida a promoção da transparência e do correto funcionamento das inteligências artificiais.

Já os dados que são exigidos para os usuários devem levar em consideração a diversidade no momento em que os treinamentos da ferramenta utilizada acontecer. Com a presença de diversos órgãos reguladores, pesquisadores, setor privado e civil, mantendo o diálogo livre e de maneira aberta para a inclusão e a resolução de problemas de maneira transparente.

Sobre o autor

Thiago Yaak é artista pioneiro em Arte com Inteligência Artificial no Brasil e CEO da Yaak Ventures.

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