Banner com várias imagens dos Beatles
Shutterstock

Paul McCartney revelou nesta terça-feira (13) que utilizou tecnologia de inteligência artificial (IA) para ajudar na criação do que ele chama de “última” música dos Beatles, que será lançada este ano.

Durante uma entrevista ao programa Today, da Rádio 4 da rede BBC, McCartney disse que a inteligência artificial foi usada para extrair os vocais do saudoso John Lennon de uma antiga fita demo, permitindo que o ícone do rock completasse a música.

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No “Get Back”, documentário de Peter Jackson sobre o grupo lançado em 2021, o editor de áudio Emile de la Rey treinou computadores para reconhecer as vozes dos membros dos Beatles e separá-las das demais gravações disponíveis, criando um áudio “limpo” para o filme. Agora, McCartney está utilizando a mesma tecnologia para completar uma música dos Beatles nunca antes ouvida.

“[Jackson] foi capaz de extrair a voz de John de um trecho um tanto precário de uma fita cassete. Tínhamos a voz de John e um piano [na fita] e ele conseguiu separá-los com a ajuda da IA”, disse McCartney à Martha Kearney, da Radio 4. “Em seguida, pudemos mixar a música, como se faz normalmente. Acabamos de finalizá-la e ela será lançada este ano.”

Now and Then

Detalhes sobre a faixa ainda não foram confirmados, mas os fãs especulam que provavelmente seja a música “Now and Then”, uma demo solo de Lennon gravada em 1978. Acredita-se que a canção tenha sido considerada como um possível single durante uma reunião sobre a coletânea “Anthology” dos Beatles em 1995, ao lado de “Free as a Bird” e “Real Love”. No entanto, ela nunca foi lançada.

A demo de “Now and Then” estava em uma fita cassete etiquetada como “Para Paul”, que foi criada por Lennon pouco antes de sua morte em 1980. O produtor Jeff Lynne, que trabalhou em “Anthology”, disse que a banda passou uma tarde brincando com a faixa, mas ela nunca foi concluída.

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Posteriormente, McCartney afirmou que George Harrison, guitarrista dos Beatles, se recusou a continuar trabalhando na faixa devido aos vocais “ruins” de Lennon e aos problemas com ruídos de fundo na gravação caseira.

“Sendo uma democracia os Beatles, não fizemos”, disse McCartney à Q Magazine, mas posteriormente afirmou que ainda queria “terminar isso, um dia desses”.

Nos últimos anos, os Beatles lançaram uma série de versões remasterizadas “super deluxe” de seus álbuns clássicos, liderados por Giles Martin, filho do falecido produtor dos Beatles, George Martin.

A música “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” foi lançada em 2017, seguido pelo álbum autointitulado (comumente chamado de “White Album”) em 2018; “Abbey Road”, em 2019, e “Let it Be”, em 2021.

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No entanto, para a versão remasterizada de “Revolver”, em 2022, Martin teve que utilizar a mesma tecnologia de IA devido aos primeiros álbuns dos Beatles terem sido gravados em quatro canais, onde vários instrumentos ou vocais eram frequentemente combinados em um único canal.

Falando sobre IA, McCartney acrescentou: “Eu não uso muito a internet, [mas] as pessoas me dizem, ‘Ah, sim, tem uma faixa em que John está cantando uma das minhas músicas’ — e é apenas IA, sabe? É meio assustador, mas emocionante, porque é o futuro. Vamos ver para onde isso nos leva.”

*Traduzido com autorização do Decrypt.

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