O Fantástico, da Rede Globo, exibiu no domingo (11) uma reportagem sobre o grupo por trás das corretoras ‘VLOM’ e ‘LBLV’, que tinha como garoto-propaganda o ex-craque da Seleção Ronaldinho Gaúcho.
O esquema, liderado por um brasileiro chamado Cristiano Bianor dos Santos, movimentou R$ 140 milhões e deixou no prejuízo cerca de 1.500 pessoas, segundo a matéria.
Tanto Santos como outros integrantes do esquema foram presos no final de março, no âmbito da Operação ‘Black Monday’, que envolveu cerca de 200 agentes públicos, entre delegados, policiais civis, policiais rodoviárias federais e promotores de Justiça.
Ele responde por 971 acusações de crimes, como organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Vida de luxo e dentes novos
Segundo a reportagem, antes do golpe Cristiano Bianor dos Santos vivia junto com sua mãe em uma casa simples em Caruaru, em Pernambuco. Após o esquema, ele comprou 11 imóveis e foi viver em um apartamento de luxo em João Pessoa, na Paraíba.
Ainda segundo a matéria, em apenas cinco meses ele gastou quase R$ 6 milhões para comprar cinco carros. O mais caro é uma Lamborghini avaliada em R$ 2,5 milhões, que foi apreendida na garagem dele durante a operação do mês passado.
Santos até implantou cabelo e fez um tratamento dentário que custou R$ 82 mil. Essas ostentações com dinheiro alheio que chamaram atenção das autoridades, disse o promotor de Justiça de Pernambuco, Frederico Pinto Magalhães, para a reportagem do Fantástico:
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“Essa condição financeira não havia correlação com a atividade de trabalho formal que justificasse esses ganhos”.
Como captavam vítimas
A reportagem também citou que os integrantes usavam os sites “Aprenda Investindo” e “Investing Brasil” para atrair as vítimas. Após os cadastros, um falso corretor entrava em contato e oferecia falsos investimentos.
Atletas conhecidos foram vítimas. Madson Formagini Caridade, ex-jogador do Vasco da Gama, disse para o Fantástico que perdeu uma quantia milionário no esquema. O valor não foi revelado.
O dinheiro das vítimas era depositado em diversas contas bancárias. No total, R$ 140 milhões foram captados. Esse valor, ainda segundo a matéria, foi convertido em bitcoin e multiplicado em 10 vezes, valendo R$ 1,4 bilhão hoje por causa da valorização da criptomoeda.
Sobre o esquema
As corretoras ‘VLOM’ ‘LBLV’ captaram clientes entre os anos de 2019 e 2020. A ‘LBVL’ é proibida de operar no Brasil desde julho de 2019, quando a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu um stop order por captação irregular de clientes.
A ‘LBVL’ tinha como garoto-propaganda o jogador Ronaldinho Gaúcho. Muitas pessoas só investiram na corretora por causa do atleta, segundo o especialista em Direito Penal Econômico Paulo Vianna, ouvido pelo Portal do Bitcoin no ano passado.
Para o Fantástico, a defesa do jogador disse que ele não sabia que a empresa era de fachada quando assinou o contrato de publicidade. O Atleta, no entanto, tem histório de envolvimento com pirâmides financeiras.