A Justiça dos EUA indiciou na última sexta-feira (28) três homens acusados de prática de pirâmide financeira que se passavam por pastores evangélicos para aplicar golpes em fiéis. Segundo comunicado do Departamento de Polícia americano (DoJ), o prejuízo causado pela quadrilha foi de cerca de US$ 28 milhões (R$ 150 milhões).
Conforme o DoJ, os acusados são Dennis Mbongeni Jali, de 35 anos; John Erasmus Frimpong; 40 anos; e Arley Ray Johnson, 61 anos, todos residentes do estado de Maryland. As empresas usadas no golpe, ‘1st Million’ e ‘Smart Partners’, estão no nome de Jali; Johnson trabalhava como diretor de operações; e Frimpong, de marketing.
Segundo o procurador Robert K. Hur, os três homens persuadiram pessoas das igrejas para investir em um esquema ponzi prometendo a eles liberdade financeira. Eles diziam que ajudar os ‘irmãos’ era uma missão dada por Deus. No entanto, o dinheiro aplicado pelos fiéis era usado para manter suas vidas de luxo.
“Os réus usaram novos investimentos para promover seu esquema Ponzi e para financiar seu estilo de vida luxuoso, incluindo veículos de luxo e jatos particulares”, disse Hur no comunicado à imprensa.
De acordo com o DoJ, Jali, mentor do golpe, fugiu dos Estados Unidos em maio de 2019, mas está preso na África do Sul. A Justiça americana está trabalhando em sua extradição.
Frimpong foi preso na sexta-feira e, segundo a defesa de Johnson, ele iria se apresentar à Justiça na segunda-feira (31). Uma audiência de custódia está marcada para a próxima quarta-feira.
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Até o momento, disseram as autoridades, a Justiça conseguiu recuperar US$ 2.481.994,57, de dez contas bancárias associadas aos réus, e um Porsche SUV 2016.
Golpe de pirâmide nos EUA
Conforme a acusação, que partiu de uma denúncia da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), os suspeitos apresentavam a 1st Million como como uma empresa de gestão de patrimônio e educação financeira.
Os contratos oferecidos eram de investimentos em moeda estrangeira e criptomoedas num prazo de 12 meses, sendo 6% de rendimento mensal ou 35% trimestral.
Para fecharem negócios, os acusados alegavam possuir vasta experiência em forex e criptomoedas e que possuíam autorização dos órgãos oficiais para atuarem no mercado financeiro.
Segundo a SEC, muitos dos investidores lesados dentre aproximadamente 1.200 pessoas eram imigrantes africanos que trabalham na área médica nos estados de Maryland, Indiana e Texas.