Imagem da matéria: Tubarões do mercado vêm devorando sardinhas do day trade, diz Helio Beltrão
(Foto: Reprodução/Facebook)

O apetite voraz pode arruinar o pequeno trader, segundo o presidente do instituto Mises Brasil, Helio Beltrão, em artigo publicado na Folha de S. Paulo na terça-feira (28). Para ele, os ‘tubarões’ do mercado vêm devorando ‘sardinhas’ do day trade.

O artigo sugere que ambição dos novos traders no mercado de negociações de ativos, apelidados de ‘sardinhas’, alimentam os experientes profissionais do setor, os tubarões.

Publicidade

Segundo Beltrão, os tubarões requerem um fluxo contínuo de cardumes frescos, “repletos de tolinhos” numa “cadeia de suprimento que não está alí para alimentar as sardinhas”. Em sua ótica, os peixes pequenos preferem se arriscar no day trading a focar no lucro a longo prazo.

O que os incentiva, disse o autor, é uma cadeia muito bem remunerada difundida por corretoras, bancos e por “educadores de YouTube e Twitter”.

Cursos de day trade

Beltrão comentou sobre um tema bastante falado ultimamente, a febre de cursos de trading. Com a modalidade surgiu a premissa de que “educadores” financeiros de redes sociais ganham mais vendendo cursos do que operando no mercado.

Já o corretor, disse, que são as plataformas de negociação, lucra mais com o spread de compra e venda e comissões do que ajudando a sardinha a lucrar; os bancos, com alavancagem.

Publicidade

Persistência e falta de experiência

De acordo com o autor, o que faz o sardinha perder tudo é a frequência na persistência de um volume alto de compra e venda envolto a metas surrealistas. Segundo ele, o iniciante age diferente do tubarão, que visa lucro a longo prazo analisando risco e diversificando aplicações.

Do ponto de vista de Beltrão, um sardinha opera comprado sem estudar a empresa e se baseia nas dicas do ‘guru’. Desta forma, segundo ele, o pequeno peixe se sente como um tubarão acreditando que tem talento no day trade.

Há poucas “sardinhas espertas”

Beltrão considerou os quase 1,5 milhão de novos brasileiros com ações nos últimos 12 meses para contextualizar sua premissa de que o apetite voraz pode arruinar pequeno trader.

“A proporção de sardinhas espertas é similar à proporção de jogadores de pôquer vencedores”, escreveu.

Isso porque quando o indivíduo decide tornar-se day trader esquece o longo prazo e se aventura em alavancagens sem entender seus perigos. Numa operação alavancada em cem vezes em contratos de minidólar, por exemplo, escreveu o autor, “1% de oscilação e a sardinha perde tudo”.

Publicidade

Day trade perde, mas aprende

Segundo ele, a vantagem do iniciante que tem fome de tubarão é que ele acaba aprendendo sobre o mercado, mas não escapa à regra dos 90:90%.

Conforme seu comentário, o sujeito que assistiu alguns vídeos e pegou dicas em grupos de bate-papo, geralmente perde 90% de seu capital em até 90 dias — e “são ‘stopados’ por suas famílias ou pelo Serasa. 

E alertou:

“Os atuais tempos difíceis exigirão trabalho duro e poupança. Fariam melhor as sardinhas em cuidar de preservar o patrimônio do que sair por aí com fome de tubarão”.

VOCÊ PODE GOSTAR
Glaidson Acácio dos Santos e Mirelis Zerpa

Mulher do “Faraó do Bitcoin” volta ao Brasil após ser presa nos EUA

A venezuelana era alvo da Operação Kryptos e constava na lista de Difusão Vermelha da Interpol
homem segura com duas mãos uma piramide de dinheiro

Polícia derruba pirâmide financeira que deixou prejuízo de R$ 700 mil em investidores

Autoridades identificaram prejuízos que variaram de R$ 20 mil até R$ 250 mil, com um total de perdas de R$ 706 mil em toda a pirâmide
Martelo de justiça feito de madeira

Justiça suspende passaporte de sócio da pirâmide Canis Majoris

O magistrado justificou a decisão como medida para garantir o andamento do processo e coibir manobras protelatórias
Hacker segurando moeda bitcoin

Hackers roubam R$ 1 bilhão de contas mantidas no BC e tentam lavar fundos com criptomoedas

CEO da SmartPay detectou um tráfego irregular e conseguiu agir contra a lavagem do dinheiro oriundo do hack na C&M Software