O deputado estadual por Pernambuco João Paulo Lima e Silva (PC do B), em um discurso feito na última quarta-feira (04) na Assembleia Legislativa, mencionou frase da ex-diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) Christine Lagarde de que “as criptomoedas estariam prestes a desafiar a existência dos bancos”.
De acordo com o deputado, após a crise de 2008 há uma tendência forte em acabar com os bancos. Nesse contexto ele citou a frase dita por Lagarde durante uma palestra.
“No ano passado, a [então] diretora-geral do fundo monetário internacional, Christine Lagarde, surpreendeu ao declarar, numa palestra, que a tecnologia, as moedas digitais, ou criptomoedas, estavam prestes a desafiar a existência dos bancos, conforme relata Jonathan Mcmillan em seu livro ‘O Fim dos Bancos’”.
O discurso de Lima e Silva, porém, não estava direcionado ao tema de criptomoedas, mas sim à crescente onda da tecnologia 4.0, que pode representar uma ameaça aos funcionários de bancos.
“A estratégia dos bancos é ter o máximo de transações possíveis nos meios digitais e a automatização dos processos internos”, disse o parlamentar, que é economista de formação.
De acordo com ele, entre janeiro de 2012 e abril de 2017, os bancos haviam fechado 44.830 postos de trabalho. Em outros termos, conforme apontou o deputado, isso “equivale a uma redução de quase 10% da categoria”.
Em quatro anos, entre 2012 e 2015, as funções de caixa e escriturário perderam espaço, pois os 78% dos postos de trabalho fechados nos bancos privados concentravam-se nessas duas áreas de atuação.
Tecnologia 4.0 e os bancos
Lima e Silva culpou, então, o uso da tecnologia. Ele mencionou que atualmente não há mais tanta preocupação das pessoas em guardar o dinheiro.
“Hoje você se preocupa muito mais com a possibilidade de pagar qualquer coisa com um cartão de crédito ou débito, sem precisar tirar o dinheiro do banco”.
Ele afirmou que o dinheiro hoje é visto mais como uma espécie de commodity. O deputado ainda disse que as instituições convencionais tem perdido cada vez mais espaço para os chamados “bancos digitais”, se tornando assim obsoletos.
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“Isso pode tornar esse tipo de instituição desnecessária — veja que o Nubank presta um serviço que antes era exclusivo dos bancos sem exigir que o cliente tenha sequer uma conta corrente”.
Durante sua exposição oral na Assembleia Legislativa de Pernambuco, ele expôs que tecnologia 4.0 pode trazer progressos, mas também ser responsável por uma grande massa de desempregados.
“O grande problema, de acordo com a presidenta do sindicato dos bancários de São Paulo, Ivone Silva, é que não vemos geração de emprego em outras áreas que possa compensar a redução devido às novas tecnologias”.
Apesar de seu discurso alarmista, o deputado afirmou não se opor aos avanços tecnológicos no estado do Pernambuco. Mas cobrou da casa legislativa estadual debates para que haja uma melhor compreensão sobre os impactos dessa revolução 4.0.
“Procuramos compreender a nova realidade e os debates com diversos setores da sociedade, de cientistas a educadores, foram enriquecedores. Falta-nos, no entanto, obter mais respostas para o grande desafio de conciliar a automação e a sobrevivência da espécie humana em condições dignas”.
Quem é João Paulo
Atualmente filiado ao PC do B, João Paulo de Lima e Silva foi eleito deputado estadual em Pernambuco em 2018. Ele já havia eleito para o cargo em outras três eleições —1990, 1994 e 1998.
Também foi prefeito de Recife por dois mandatos (2001-2004 e 2005-2008). Entre 2011 e 2014 exerceu mandato como deputado federal. Nesse período o político era filiado a outro partido, o PT.
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