Imagem da matéria: Entenda por que a Atlas Quantum foi proibida de ofertar arbitragem com Bitcoin pela CVM
Foto: Shutterstock

A após ser proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de fazer oferta pública de contrato de investimento coletivo afirmou que irá suspender toda publicidade, mas que continuará atuando no mercado. A questão é agora saber se essa medida será o bastante para a autarquia.

A CVM, por meio do Memorando 93, decidiu que a plataforma de criptomoedas “deve interromper imediatamente toda a publicidade e os esforços de venda dos contratos de investimento coletivo”.

Publicidade

Mesmo a empresa retirando toda a publicidade sobre esses investimentos, ela corre o risco de não atender a decisão de “stop order” da autarquia e acabar pagando a multa diária de R$ 100 mil.

Rafael Steinfeld, advogado tributarista que trabalha no setor de criptomoedas, alerta que apesar de a grande publicidade sobre os negócios da Atlas Quantum ter chamado a atenção da CVM, o foco é outro.

Ele afirma que “o problema não é a publicidade em si”, mas a própria oferta desse tipo de investimento.

“O que a legislação de mercado de capitais veda é a oferta pública de contratos de investimentos coletivos. Portanto, o próprio site já seria uma espécie de oferta pública”, aponta.

Segundo a deliberação 826 da CVM, a Atlas Quantum não pode captar pessoas no Brasil para investimento “cuja remuneração estaria atrelada à compra e venda automatizada de criptoativos por meio de algoritmo de arbitragem”.

Publicidade

Atlas Quantum impedida

Esse tipo de investimento requer registro junto a CVM ou a dispensa que também deve ser conferida por essa autarquia, pois se enquadra a uma espécie de valor mobiliário tratado na Lei 6.385/76, conforme o próprio órgão fundamenta em sua deliberação.

A empresa tentou se defender argumentando que o “serviço de arbitragem com bitcoin não se caracteriza como título ou contrato de investimento coletivo”.

A autarquia rebateu esse ponto afirmando que apesar de a arbitragem em si não foi avaliada. Contudo, o órgão verificou que o site da Atlas Quantum estava “oferecendo publicamente mais do que apenas uma plataforma que permita a negociação de criptomoedas entre diferentes mercados, sendo necessário o devido aprofundamento investigativo”.

A Atlas já havia respondido um outro processo administrativo em 2017, o qual não teve prosseguimento pois a própria autarquia entendeu que a compra e venda de criptomoedas não seria matéria referente à CVM. Mas, no caso presente, o órgão “entende como necessário aprofundar a análise sobre a existência ou não de CIC (contrato de investimento coletivo)”.

Publicidade

Na visão de Steinfeld, a falta de um marco regulatório que trate da matéria de criptomoedas principalmente naquilo que se atenha a atuação da CVM traz insegurança jurídica aos atores desse mercado.

“Qualquer empresa do segmento está suscetível a esse risco, uma vez que não temos uma regulamentação específica sobre o assunto”.

Atuação da CVM

A Atlas Quantum havia também sustentado em sua defesa que a carteira digital fica custodiada pela Atlas Project que é uma empresa com domicílio fiscal no exterior e que isso afastaria a competência da CVM para atuar com seu poder de polícia.

A questão, no entanto, é que a autarquia demonstrou que o dono da empresa no Brasil é também das outras no exterior.

Rodrigo Marques dos Santos, que também está proibido de ofertar publicamente no Brasil contrato de investimento coletivo é único sócio da Atlas Serviços Digitais e titular da Atlas Proj Tecnologia Eirelli e da Atlas Services; Atlas Project LLC, empresa sediada em Delaware. A informação foi obtida pela autarquia após consulta no Sistema Serpro.

Publicidade

A CVM também averiguou que a “Atlas Project International LTD, empresa localizada nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal, é a detentora de todos os direitos sobre a plataforma automatizada online para arbitragem de criptomoedas”.

Sob esse cenário, Steinfeld diz que não importa se a empresa está sediada no exterior se ela possui representantes com poder de gerência no Brasil esses poderão sofrer as sanções do órgão.

“Mesmo a empresa estando sediada no exterior, os sócios e diretores representantes da empresa no Brasil podem ser penalizados”.

VOCÊ PODE GOSTAR
Logotipo do token CorgiAI

Mercado Bitcoin lista token CorgiAI

O ativo é ligado a projeto que usa utiliza inteligência artificial para criar uma comunidade de entusiastas no ecossistema cripto
comprimidos de ecstasy Polícia SP

Polícia apreende ‘balas’ de ecstasy com símbolo de Bitcoin durante prisão

Ocorrência no litoral de SP culminou em prisão em flagrante por tráfico de drogas
Cornelius Johannes Steynberg, do MIT, em vídeo no Youtube

Morre sul-africano preso no Brasil por aplicar golpe de R$ 5 bilhões em criptomoedas

Cornelius Johannes Steynberg foi enterrado na quarta-feira (24) no Jardim das Palmeiras, em Goiânia
Imagem da matéria: Brasileiro perde R$ 100 mil ao acreditar que ganharia lucro de 87% em duas horas com criptomoedas 

Brasileiro perde R$ 100 mil ao acreditar que ganharia lucro de 87% em duas horas com criptomoedas 

O golpe envolve várias empresas de fachada e foi divulgado por uma falsa influenciadora digital de finanças