A exchange de criptomoedas FTX gastou muito neste ano em patrocínios esportivos, e estamos começando a ver as consequências desses acordos à medida que a empresa entra em colapso em meio a uma crise de liquidez.
Nesta sexta-feira (11), a equipe de Fórmula 1 Mercedes-AMG Petronas disse que está suspendendo seu acordo de patrocínio com a FTX.
No início desta manhã, antes da FTX anunciar seu pedido de recuperação judicial do tipo “Chapter 11” — referência ao capítulo da Lei de Falências dos EUA, que permite a uma empresa criar um plano de recuperação sob intervenção judicial —, um porta-voz da equipe Mercedes-AMG Petronas disse ao The Wall Street Journal que pausaria o acordo “como um primeiro passo”, ao avaliar as consequências do desvendamento da FTX.
A equipe removerá a marca da FTX de seu carro para o Grand Prix de São Paulo, que acontece neste fim de semana no Brasil. Na quinta-feira (10), a equipe disse que planejava manter a marca neste fim de semana para a penúltima corrida da temporada. Mas como visto hoje, acabou mudando de ideia.
“A empresa não aparecerá mais em nosso carro de corrida e outros ativos de marca neste fim de semana”, disse um porta-voz da equipe. “Continuaremos a monitorar de perto a situação à medida que ela evolui”.
O nome FTX foi removido da página de parceiros no site da equipe, e o link que destacava o acordo com a FTX agora está fora do ar. No entanto, o logotipo da exchange ainda aparece na parte inferior do site, no momento da publicação.
O Decrypt entrou em contato com um porta-voz da equipe para esclarecer seus planos em torno do acordo com a FTX, mas não recebeu resposta imediatamente.
Fim da relação entre Mercedes e FTX
A Mercedes-AMG Petronas assinou o contrato com a FTX em setembro de 2021, no meio do que se tornou o oitavo World Constructors’ Championship consecutivos da equipe por acumular mais pontos durante a temporada. Os termos do acordo de patrocínio nunca foram divulgados.
Em maio, a FTX lançou um projeto de NFT com a Mercedes-AMG Petronas em torno da corrida do Grand Prix de Miami. A exchange ofereceu gratuitamente colecionáveis NFT baseados em Solana para os fãs reivindicarem nessa corrida e em outras nesta temporada, além de leiloar NFTs construídos no Ethereum vinculados a obras de arte do artista pseudônimo Mad Dog Jones.
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Dois dos NFTs vieram com um pedaço dos respectivos carros dirigidos por Lewis Hamilton e George Russell em Miami.
A aliança da FTX com a Mercedes foi assinada em meio a uma série de acordos de patrocínio esportivo feitos pela empresa que na época estava em ascensão, incluindo acordos com a Major League Baseball, o Miami Heat, o Golden State Warriors e o clube de e-sports Team SoloMid.
Atletas como Tom Brady, Steph Curry e Naomi Osaka também assinaram contrato para endossar a troca em troca de participação na startup.
Mas tudo está desmoronando esta semana em meio às notícias de que a FTX não tinha ativos líquidos suficientes para cobrir seus passivos e administrou mal os fundos dos clientes em seus negócios.
Na terça-feira, a exchange rival Binance disse que assinou uma carta de intenção não vinculativa para adquirir a FTX, mas mudou de rumo no dia seguinte citando a escala da confusão que descobriu.
Na quinta-feira, o fundador e CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, disse que tentaria arrecadar fundos para salvar a empresa e pagar os usuários novamente. Mas esta manhã, a FTX entrou com pedido voluntário de proteção contra falência do Capítulo 11 nos Estados Unidos, e Bankman-Fried renunciou ao cargo de CEO enquanto a empresa busca os próximos passos à frente.
A FTX é uma das várias empresas da indústria de criptomoedas que canalizaram dinheiro de patrocínio para a Fórmula 1.
A exchange rival Crypto.com patrocinou a própria liga de corrida em 2021 em um acordo de cinco anos estimado em US$ 100 milhões, enquanto a plataforma blockchain Tezos patrocinou a McLaren e o mercado de NFTs OpenSea recentemente se associou à Haas.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co
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