A procura por criptomoedas na modalidade stablecoin triplicou neste último final de semana na Argentina, após a renúncia do ministro da Economia, Martin Guzmán, no sábado (02), segundo uma reportagem do portal Coindesk. Com a saída do ministro, o cidadão argentino viu uma queda de 15% no peso em relação às stablecoins pareadas ao dólar americano e procurou se proteger usando os tokens Tether e DAI, também chamadas por lá de ‘criptodólares’.
Ambas as stablecoins são pareadas no dólar americano, ou seja, são condicionadas a se manterem em US$ 1. No entanto, como os mercados americanos ficaram fechados no final de semana e nesta segunda (4), devido ao feriado nacional do 4 de julho, os criptodólares se tornaram uma das principais referências para o mercado nacional.
Os tokens tiveram uma alta de ARS 245 (pesos argentinos por cada dólar no paralelo) para ARS 280 entre sexta-feira e sábado.
Após a nomeação da nova ministra, Silvina Batakis, as criptomoedas estáveis chegaram a ser negociadas em ARS 303 em algumas corretoras, mesmo com um aumento do spread na maioria das plataformas. A diferença entre o preço de compra e venda, comumente em torno de 2%, chegou a 18%, justamente pela falta da referência do dólar americano.
“Sempre que há uma dessas notícias na Argentina, por causa da natureza do mercado cripto ser 24 horas por dia, é o primeiro mercado onde a Argentina começa a procurar um preço para o dólar americano. Isso aumenta os volumes ”, disse Sebastian Serrano, CEO da Ripio, segundo a publicação.
A corretora Buenbit também registrou um aumento de 300% nas negociações de stablecoin no domingo (03), em comparação com o mesmo dia nas semanas anteriores.
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Segundo revelou ao Coindesk, parte do aumento se deve a transações de empréstimos de pesos com garantia em DAI para obter mais da moeda argentina e assim comprar mais DAI como proteção contra uma possível desvalorização do peso.
Na plataforma Lemon foram pagos ARS 300 para poder comprar um USDT, comentou também o jornal o jornal Clarín no sábado. Na Binance, ressalta o texto, o preço caiu para ARS 267, estimulado por operações de pessoa para pessoa (P2P).
Títulos em dólar
Por conta do feriado dos EUA, o mercado da Argentina segue sem uma referência externa, comentou o Clarín, se referindo aos títulos do governo.
“Dentro desse cenário, o governo tem uma vantagem temporária. Os títulos em dólar e o risco-país não serão negociados, assim como as ações argentinas em Nova York, de modo que a reação do mercado pode ser adiada.
No entanto, diz o site, há o consenso também de que a saída precipitada de Guzmán e de toda a sua equipe econômica pode gerar uma pressão no mercado cambial, especialmente em dólares paralelos.