Imagem da matéria: Rei do Bitcoin é condenado a 8 anos por estelionato e crimes contra o sistema financeiro
Lucinara e Claudio Oliveira (Foto: Divulgação)

O falso empresário Cláudio Oliveira, conhecido como Rei do Bitcoin, foi condenado a oito anos e seis meses de prisão por estelionato e crimes contra o sistema financeiro nacional. A sentença é do juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, e foi publicada na terça-feira (12).

O magistrado ressaltou que Oliveira não poderá recorrer da sentença em liberdade, pois os fatos que motivaram a prisão preventiva do empresário continuam presentes: ele poderia dificultar as investigações.

Publicidade

Esse ponto foi reforçado tanto pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região como pelo Superior Tribunal de Justiça.

O ministro Jorge Mussi, do STJ, ao decidir por manter a prisão preventiva de Lucinara da Silva Oliveira, esposa do falso Rei do Bitcoin, apontou que ela tentou ajudar o marido a continuar as atividades ilícitas quando ele já estava preso, mesmo tendo um filho menor de idade e arriscando deixar a criança com ambos os pais presos – o que eventualmente ocorreu.

Lucinara foi condenada a dois anos e cinco meses de reclusão pelo crime de organização criminosa. Porém, diferentemente do Rei do Bitcoin, poderá recorrer em liberdade.

O juiz entende que ela não representa mais risco para a condução dos processos e investigações relacionados ao caso.

Arbitragem infinita de bitcoins

Na decisão, o juiz aponta que a operação do Grupo Bitcoin Banco, criado pelo empresário, era fraudulenta e se baseava na criação de duas empresas: uma listava Bitcoin com preço alto e a outra com preço baixo. As companhias vendiam entre si os ativos e geravam lucros para os investidores.

Mas era tudo uma fachada. Não existiam Bitcoin reais, nem transações e nada era registrado em blockchain. Era tudo maquiado para criar balanços favoráveis e os resultados eram apresentados em uma plataforma chamada Fortknox.

Publicidade

“O Fortknox nada mais era do que uma espécie de livro-caixa interno criado pela empresa para registros dessas operações entre exchanges do grupo, denominadas arbitragens, o que atraía os investidores pela ausência de taxas e facilidade para realizar as operações (dentro da mesma plataforma), aumentando a sua lucratividade. O sistema foi projetado para permitir um giro infinito de operações de arbitragem, gerando spreads de maneira desmedida e grande lucro escritural aos investidores, com registro apenas na rede interna Fortknox”, afirma o juiz.

O magistrado aponta que o sistema operava “de forma temerária, pois ausente qualquer registro em blockchain procedimento que garantiria a segurança e autenticidade das operações”.

Também é detalhado como as vítimas eram atraídas:

“Para fomentar as negociações, atraindo investidores, o grupo mantinha o valor do BTC em uma das corretoras com valor elevado, o maior do mercado, e em outra exchange, integrante do grupo, em cotação menor, circunstância que impulsionava a movimentação de compra e venda entre as exchange, movimentação que, aparentemente, resultaria em lucro aos investidores, entretanto, a operação era meramente formal e o registro da compra e venda dos BTCs ficava restrito no sistema de “blockchain” interno do grupo”.

Relembre o caso do Rei do Bitcoin

O empresário Claudio Oliveira, o falso ‘Rei do Bitcoin’, foi condenado por aplicar um golpe de R$ 1,5 bilhão por meio do Grupo Bitcoin Banco, cuja sede ficava em um bairro nobre de Curitiba. A estimativa é que cerca de 7 mil pessoas tenham sido lesadas por ele.

Publicidade

O Grupo Bitcoin Banco, que operou grande parte de 2018, ganhou notoriedade por negociar dentro do seu sistema cerca de R$ 500 milhões por dia, algo que atraiu boa parte dos 7 mil investidores lesados.

No início de 2019, no entanto, a empresa travou os saques. Na época, o falso Rei do Bitcoin disse que o negócio havia sofrido um ataque hacker, o que foi desmentido posteriomente pela Polícia Civil.

A empresa também conseguiu que a Justiça do Paraná aprovasse um processo de recuperação judicial, o que deu mais tempo para ele dilapidar com os recursos captados das pessoas. A recuperação judicial foi transformada em falência.

VOCÊ PODE GOSTAR
Telas de smartphone e computador sobrepostas mostram logo da corretora Mercado Bitcoin

MB lança Monest, token de Renda Variável Digital com potencial de rentabilização de até 4x

Os investidores serão remunerados com parte da receita bruta da Monest Cobranças S.A, plataforma de gestão de inadimplência e cobrança digital no Brasil
homem de social contando dinheiro na rua

Brasileiro que extorquiu R$ 10 milhões em criptomoedas de empresário asiático deixa prisão

O veterinário Thiago Oliveira teria extorquido um empresário da Ásia após encontrar imagens íntimas no celular de sua namorada
Imagem da matéria: Evento Digital Horizons reúne representantes de consórcio visando a criação do DREX

Evento Digital Horizons reúne representantes de consórcio visando a criação do DREX

Nesta edição será debatido o impacto do Real Digital (DREX) no mercado financeiro, o andamento dos testes e perspectivas para o futuro
Imagem da matéria: Clientes da BitcoinToYou não conseguem sacar fundos e reclamações contra corretora disparam

Clientes da BitcoinToYou não conseguem sacar fundos e reclamações contra corretora disparam

Quando os clientes tentam sacar suas criptomoedas na BitcoinToYou, são direcionados para uma página de erro