O governo da Jamaica vai distribuir no dia 1º de abril cerca de R$ 80 (2500 dólares jamaicanos) para os primeiros 100 mil cidadãos que baixarem a carteira da JAM-DEX, da moeda digital do Bank of Jamaica (BOJ), o banco central do país.
Os testes-piloto da moeda digital da Jamaica — na modalidade ‘Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês) — começam em maio e se encerram em dezembro, segundo anúncio do gabinete na quinta-feira (10).
A iniciativa lembra os esforços da China que há 17 meses vem realizando testes com o yuan digital.
O incentivo, segundo o ministro das Finanças da Jamaica Nigel Clarke, é uma tentativa de estimular as pessoas a utilizarem a CBDC como uma opção nos meios de pagamentos.
“CBDC é uma forma digital de moeda emitida pelo Banco Central da Jamaica, que tem curso legal, e pode ser trocada por dólar ou dinheiro físico. Sua implementação faz parte da transformação digital do governo na economia”, diz a nota do governo.
De acordo com o ministro, se bem sucedidos os testes, o lançamento nacional da CBDC está programado para o início do segundo trimestre de 2023. Antes, porém, vai tramitar no Parlamento jamaicano um projeto de lei que estabelece a JAM-DEX como moeda oficial e torna o BOJ seu único emissor.
Clarke também informou que mais quatro provedores de carteira devem ser integrados pelo BOJ em junho, para elevar o número total para cinco. Até o momento, diz a nota, o Banco Nacional do Comércio (NCB) é a única instituição envolvida, mas outras empresas são esperadas.
Para o ministro, quanto mais lojas, vendedores e bares que aceitarem a JAM-DEX, mais difundido seu uso será. “Vamos incentivar lojas de esquina, comércios formais e informais para que estabeleçam suas carteiras eletrônicas. “Quanto maior a rede mais sucedido a JAM-DEX será”, concluiu o ministro.
O ministro Clarke também divulgou a JAM-DEX no Twitter.
Moeda digital da China
Desde outubro de 2020 o governo da China tem distribuído dinheiro por meio de sorteios para os cidadãos que participam dos testes do yuan digital, também conhecido como ‘renminbi digital’ e usado no país com o ticker e-CYN.
Nos testes na China, são usados tanto uma carteira digital chamada DCEP quanto sua versão física — um cartão de plástico com um minivisor analógico. Os valores doados pelo governo em cada fase de testes variam na casa dos 200 renminbi, cerca de US$ 30.
Mas não são só os dois países que se esforçam para lançar suas moedas digitais; muitos países estão com projetos de CBDC em andamento. O Banco Central do Brasil, por exemplo, já selecionou as empresas que vão começar a criar casos de uso para o ‘Real Digital’.