6 casos intrigantes de crimes envolvendo criptomoedas

Entenda o crime de ‘swatting’ contra Hal Finney e Jameson Lopp, e casos trágicos que repercutiram no Brasil e no mundo
Sirene acesa de um carro de polícia na cidade de Seul, na Coreia do Sul

Shutterstock

Quem acompanha o mercado de criptomoedas há alguns anos certamente já leu alguma notícia de crime envolvendo investidores de criptomoedas, casos cujas motivações há uma década e meia atrás eram centradas apenas no dinheiro físico.

O maximalista do Bitcoin e autointitulado cypherpunk, Jameson Lopp, depois se tornar uma dessas vítimas, passou a rastrear e publicar vários casos no Github.

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Lopp foi vítima de um crime conhecido nos EUA como “swatting” — o significado mais próximo no português é “trote”. Swatting é um acrônimo de Special Weapons and Tactics (SWAT), a tropa de elite da polícia americana.

Trata-se de um ato criminoso que consiste em enganar alguém ou por simples diversão ou ou até mesmo por maldade, acionando 190 por exemplo. Já nos EUA, a prática consiste em comunicar um falso crime pelo 911 para direcionar policiais para um certo endereço.

Vamos a alguns casos com criptomoedas que repercutiram no Brasil e no mundo.

Jameson Lopp — EUA, 2017

Em 16 de outubro de 2017, Lopp se deparou com uma equipe da SWAT de Durham, Carolina do Norte, EUA, cercando sua casa. Para se ter uma ideia da gravidade, a polícia chegou no local preparada para prender uma pessoa que acabara de cometer um homicídio, que mantinha uma mulher como refém, e que pedia US$ 60 mil de resgate.

Lopp se manteve calmo e conseguiu sair ileso ao avisar os policiais que estava tudo bem, explicando em seguida que se tratava de um trote de um “inimigo”, como ele disse na época, se referindo ao seu trabalho de segurança de software.

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Depois que a polícia saiu, Lopp recebeu um telefonema com mais ameaças, caso não fizesse um grande pagamento em Bitcoin. Após o péssimo evento, Lopp decidiu que dificultaria a situação para seus inimigos – e qualquer outra pessoa, mudando completamente seu modo de vida, sumindo das redes e assumindo pseudônimos.

Hal Finney — EUA, 2013

Pouco tempo antes de morrer devido a complicações de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), o cientista da computação e pioneiro do Bitcoin, Hal Finney, foi vítima de um swatting quando estava na companhia de sua esposa, Fran, em sua residência em Santa Barbara, Califórnia.

Enquanto o serviço de emergência ligava para a família perguntando como eles estavam e avisando que a SWAT estava a caminho, relata a Wired em um artigo da época, o extorquista exigia 1.000 bitcoins — cerca de US$ 1 milhão na época — para interromper as ameaças.

Finney morreu em Phoenix, Arizona, em 28 de agosto de 2014. Posteriormente, a Alcor Life Extension Foundation congelou seu corpo na esperança de que a ciência médica pudesse trazê-lo de volta e curá-lo no futuro.

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Pavel Nyashin — Rússia, 2018

Em janeiro de 2018, o blogueiro Nyashin, consultor de criptomoedas de 23 anos de São Petersburgo cujo nome verdadeiro é Makushin, foi alvo de um assalto em sua residência por uma gangue que usava fantasias de Papai Noel.

Os criminosos roubaram cerca de US$ 400 mil e o deixaram gravemente ferido após espancá-lo. Ele relatou à polícia que os ladrões levaram um cofre com documentos e dinheiro, e mencionou que ouviu um plano dos assaltantes de drogá-lo e sequestrá-lo.

Os criminosos causaram grandes danos ao apartamento de Nyashin, destruindo eletrodomésticos e móveis. A polícia conseguiu imagens de câmeras de segurança mostrando os assaltantes fugindo em um carro da marca Mercedes. Nyashin, conhecido por exibir seu sucesso financeiro no YouTube, pode ter atraído criminosos ao revelar seu endereço.

No final de abril, Nyashin foi encontrado morto em seu apartamento em circunstâncias tratadas como suicídio pela polícia russa. Segundo relatos, seu corpo foi achado com uma corda no pescoço. A mãe da vítima informou que ele estava em depressão e enfrentando dívidas após os crimes.

Márcio dos Santos — Brasil, 2018

O corpo de Márcio Rodrigo dos Santos, um dos líderes do esquema de pirâmide financeira com Bitcoin, D9 Clube de Empreendedores, foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas de um carro na madrugada do dia 13 de setembro em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

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Conhecido pelo seu estilo de vida luxuoso, Santos chegou a ser preso por seu envolvimento com a D9, mas continuou cometendo crimes financeiros até sua morte.

A D9 foi fundada por Danilo Santana, também conhecido como Danilo Dubaiano, atualmente foragido e vivendo em luxo em Dubai. A organização formou líderes de outros esquemas de pirâmides, como Dalpiaz, e Danter Silva, ex-líder da Unick Forex.

Maurício Dalpiaz — Brasil, 2020

O assassinato de Maurício Antônio Pastorio Dalpiaz ocorreu em 11 de janeiro, cometido por pai e filho que investiram R$ 200 mil na One Seven Company, empresa de Dalpiaz, que prometia retornos altos com criptomoedas. A empresa era uma fachada, e, após os investidores perceberem o prejuízo, confrontaram Dalpiaz.

O corpo foi encontrado em um matagal em Sapiranga, e os dois suspeitos foram presos em 9 de maio, confessando o crime após inconsistências nos depoimentos.

Dalpiaz já tinha histórico de envolvimento em esquemas fraudulentos, como a D9, um esquema de pirâmide financeira liderado por Márcio Rodrigues dos Santos, que foi assassinado em 2018. 

Wesley Pessano — Brasil, 2021

O empresário no ramo de criptomoedas Wesley Pessano Santarém foi assassinado em julho de 2021 em São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos, RJ, quando foi a um cabeleireiro do bairro. Morador de Cabo Frio na época, Wesley não chegou a descer do seu Porsche, relatou O Globo na época, pois um carro se emparelhou e então houve vários disparos de armas de fogo.

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Imagens revelam que Passano, que tinha apenas 19 anos, foi constantemente seguido e filmado pelo grupo criminoso, que teria cobrado R$ 1 milhão para cometer o crime. O ex-garçom e criador da G.A.S. Consultoria, Glaidson dos Santos, conhecido como ‘Faraó do Bitcoin’, é investigado como o mandante do assassinato, além de seu envolvimento em crimes.

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