Imagem da matéria: 5 principais mitos sobre criptomoedas
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Já se passou mais de uma década desde o aparecimento do Bitcoin. Com a sua introdução nasceu uma categoria de ativos digitais que transformou a forma com que a descentralização pode ser alcançada, e que possui grande valor para os setores fiscal, da cadeia de suprimentos, imobiliário, educação e jurídico, entre outros.

Se considerarmos o contexto das moedas fiduciárias, dez anos representa apenas uma gota dentro da imensidão do oceano. No entanto, a exposição e o engajamento que o Bitcoin – a criptomoeda mais popular – desfrutou neste curto período é algo que precisa ser destacado. Ficou evidente que eles são realmente um grande negócio.

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Com o aumento do interesse em criptomoedas cria-se, contudo, uma situação em que prosperam, também, alguns equívocos sobre o assunto. Apesar das pessoas já se familiarizarem com o conceito, como todos sabemos, informações confiáveis e aprofundadas sobre criptomoedas ainda são escassas.

Por esse motivo, vamos destacar os 5 principais equívocos associados a criptomoedas e desmascarar cada mito com informações factuais.

Mito 1: Criptomoedas não são regulamentadas

Um relatório divulgado em 2017 pela ​U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) , que é a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, tinha cláusulas específicas sobre criptomoedas e tecnologia de blockchain. O relatório afirma aqui;

  • A oferta e venda de ativos digitais por organizações ‘virtuais’ estão sujeitas às leis federais de títulos.
  • Os emissores de títulos baseados em tecnologia descentralizada ou blockchain são obrigados a solicitar a aprovação da SEC e da ​Financial Industry Regulatory Authority ​(Autoridade Regulatória da Indústria Financeira dos EUA).

Mito 2: as criptomoedas priorizam o anonimato do usuário

Alguns usuários de criptomoedas preferem reivindicar seus endereços publicamente. No entanto, mesmo se um usuário optar em aparecer em uma rede pública utilizando endereços de pseudônimos, suas identidades são reveladas durante as compras.

Se você estudar os padrões de transação no blockchain, é fácil rastrear a origem de uma transação ou o endereço envolvido. Além disso, existem empresas dedicadas à análise forense de blockchain. Essas empresas monitoram a conduta fraudulenta e oferecem inteligência acionável às autoridades, bem como aos provedores de serviços financeiros.

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Mito 3: As criptomoedas são substitutos do dinheiro fiduciário

Se você não estiver familiarizado com o termo moeda fiduciária, ele simplesmente se refere às moedas que são reconhecidas pelos Estados como moeda de curso legal, como o real brasileiro ou o dólar americano.

O equívoco de que as criptomoedas seriam substitutos à essas moedas aparece porque o Bitcoin, a primeira criptomoeda à qual a maioria das pessoas foi exposta, foi desenvolvida como uma solução para os desafios que enfrentam a liberdade financeira e as transações ponto a ponto.

No entanto, nem todas as criptomoedas estão focadas em criar uma sociedade sem dinheiro ou enfraquecer as instituições monetárias existentes. Na verdade, alguns deles colaboram com entidades bancárias. Um bom exemplo é o Ripple XRP, que oferece uma resposta para um desafio de negócios que as instituições financeiras precisam enfrentar. Semelhante a este projeto, várias outras criptomoedas estão em desenvolvimento para resolver os desafios corporativos existentes.

Mito 4: Criptomoedas são usadas para atividades ilegais

Não há como negar que alguns criminosos utilizam criptomoedas. No entanto, esses mesmos infratores fazem uso também de moedas convencionais.

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Historicamente, esses grupos de indivíduos utilizam todas as novas tecnologias que confrontam o modo de vida e as estruturas tradicionais. Isso inclui recursos como a internet, plataformas de redes sociais, entre outros. No entanto, não houve petições para que esses avanços tecnológicos fossem rejeitados simplesmente porque os criminosos também os estão usando. Não faria sentido, por exemplo, que o mundo fosse privado da internet porque querem impedir a atuação de criminosos.

Na verdade, por mais estranho que possa parecer, podemos considerar o uso de criptomoedas por criminosos como uma forma de validação da importância e do potencial dessa nova tecnologia. Isso porque os criminosos operam em ambientes de alto risco e, portanto, optam por empregar tecnologias com recursos que respondem às suas necessidades.

Além disso, as criptomoedas encontraram utilidade em vários órgãos estatutários, incluindo departamentos de Estado, empresas, instituições monetárias, entre outros. A tecnologia aplicada nesses setores legítimos, mas também têm o potencial de oferecer inúmeras soluções que podem eliminar a violação da lei. Um exemplo disso é o uso da tecnologia blockchain para o combate da corrupção no registro de terras na Suécia.

Mito 5: as criptomoedas são esquemas de pirâmide ou Ponzi.

Assim como no item anterior, não há como refutar que algumas criptomoedas podem, sim, se enquadrar em esquemas de roubos de investimento. No entanto, uma proporção significativa de criptomoedas concentra-se em resolver os problemas existentes neste âmbito. Portanto, eles não podem ser considerados como Ponzi ou esquemas de pirâmide porque têm utilidade derivada de seu uso como um símbolo para a troca de valor.

Por exemplo, Ether obtém seu valor de seu uso como o driver da rede Ethereum, que é indiscutivelmente uma estrutura madura para a criação de aplicativos descentralizados. Da mesma forma, o Ripple XRP obtém seu valor por ser usado como uma alternativa de liquidação econômica para instituições bancárias.

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Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Desde janeiro de 2019, atua na empresa de criptomoedas Changelly como gerente-geral para a América Latina.

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