Yuan já é mais usado que o dólar em zona estratégica da China

No ano passado, a Greater Bay Area transacionou o equivalente a US$ 2,65 trilhões
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Foto: Shutterstock

O yuan substituiu o dólar como a moeda mais usada na Greater Bay Area, que é uma zona de desenvolvimento da China formada por Hong Kong, Macau e mais nove cidades. Segundo o South China Morning Post, uma agência do Banco Central da China (PBoC) em Guangzhou confirmou transações no valor de 17,2 trilhões de yuans (US$ 2,65 trilhões) no ano passado na região.

Segundo a publicação, a expansão do uso do yuan na zona é uma parte essencial do aumento do acesso aos mercados financeiros na área da ‘Grande Baía’ — tradução para ‘Greater Bay Area’. Na estratégia, inclui empréstimos interbancários internacionais em yuan e negociação de produtos derivados denominados na moeda chinesa.

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A Grande Baía tem uma população de mais de 70 milhões de pessoas e um PIB combinado de US$ 1,65 trilhão (em 2019). A região inclusive é comparada a outras ‘baías’ pelo mundo, como Shenzhen, por exemplo, que tem o apelido de ‘Vale do Silício da China’. Foi lá que ocorreram recentemente testes do yuan digital.

A estratégia posiciona Hong Kong como um hub offshore global de yuans e Macau como um centro de compensação de yuans para os países de língua portuguesa, devido ao seu antigo status de colônia portuguesa, escreveu o site.

Yuan digital da China

Outro ponto que teve ação direta no aumento de transações de yuan diante do dólar foi a facilitação de pagamentos de contas de consumo por meio de contas eletrônicas. De acordo com a publicação, moradores de Hong Kong e Macau abriram mais de 127.000 contas de liquidação do tipo II e tipo III, sem necessidade de atravessar a fronteira China-Hong Kong.

As contas do Tipo II suportam apenas retiradas ou transferências de no máximo 10.000 yuans por dia (cerca de US$ 1500). As contas do tipo III não têm essa restrição, mas só podem ter um saldo de 2.000 yuans (US$ 300), no máximo, explicou o SCMP.

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Contudo, essas facilitações podem tornar a vida dos residentes da zona de desenvolvimento mais conveniente, segundo a filial do PBOC em Guangzhou, concluiu o site.

Em outubro do ano passado, o economista Zhou Xiaochuan, ex-presidente do Banco Central da China (PBoC), não hesitou em dar seu palpite de que o yuan digital foi criado para combater o dólar americano, pois esse seria um dos principais objetivos do governo chinês.

Logo, o destaque do yuan frente ao dólar na Grande Baía complementa as ações do PBoC que já está em sua terceira fase de testes do yuan digital.