Imagem da matéria: Youtuber que já promoveu pirâmide financeira divulga criptomoeda acusada de ser golpe
O youtuber Ronaldo Silva em um dos vídeos nos quais exalta a criptomoeda CashHand. (Foto: Reprodução)

O youtuber Ronaldo Silva, que tem histórico de participação em pirâmide financeira, vem promovendo por meio de seu canal no uma criptomoeda chamada CashHand. O ativo, que estaria em vias de ser lançado nos próximos dias e tem uma comunidade estimada em 2.000 pessoas, é acusado por usuários de ser um scam (fraude).

Silva, que vende cursos sobre como ganhar dinheiro com bitcoin, disse em vídeo de 28 de março que a CashHand é “a criptomoeda do futuro”. Segundo ele, a possibilidade de uso amplo do ativo para operações financeiras cotidianas e a criação de um futuro marketplace baseado em Cash Hand são dois dos grandes atrativos do projeto.

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Apesar de dizer que “não está recomendando” a CashHand, o youtuber fez vários apelos aos seus 174 mil seguidores no vídeo para que conheçam o projeto da criptomoeda e aproveitem a fase de pré-lançamento. Silva também diz lucrar com o esquema de “pump and dump” de novas moedas digitais.

No dia seguinte, Silva fez uma live no seu canal na qual esbanjava empolgação na apresentação sobre a CashHand. Ele ainda promoveu um sorteio de 20 mil unidades da criptomoeda, distribuídas a dez participantes — era preciso criar uma carteira de CashHand para poder participar.

Na mesma live, respondendo à pergunta de um seguidor, Silva disse que não tem como saber a qual preço a CashHand seria lançada. Mas disse, segundo fontes que consultou, que o preço giraria em torno de 5 satoshis — que é a menor fração do bitcoin, assim como cada centavo é uma fração de real. 1 satoshi equivale a 0,00000001 BTC.

“Não se apegue a valores, o importante é comprar e ganhar na valorização, porque tá todo mundo querendo ganhar no lançamento no Brasil”, afirmou Silva durante a live.

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Segundo Silva, é preciso comprar bitcoin em uma corretora brasileira e usar esse saldo para adquirir CashHand na Crex24, a única exchange que terá a criptomoeda listada até o momento.

Vídeo deletado do Canal de Ronaldo Silva

Antes da reportagem ir ao ar, Ronaldo Silva deletou os dois vídeos que falava sobre a CashHand do seu canal. O telegram de divulgação também foi deletado.

Entre os pontos suspeitos da criptomoeda divulgada, é possível citar a pré-mineração de 1.000.000.000 de moedas, conforme o próprio site. Ao preço de 5 satoshis cada, isso daria 50 BTC.

O site também carece de informações sobre a equipe por trás da moeda. Não se sabem quem são os desenvolvedores e quem está colaborando para o projeto. O Whitepaper possui apenas sete páginas, sem muitos detalhes.

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Passado que condena

Se confirmada a suspeita sobre o ativo, não será a primeira vez que o criador do curso “Segredos do Bitcoin” promove um projeto duvidoso.

Em 2017, Silva foi parte da MMM Brasil, um esquema internacional de pirâmide financeira que funcionou por poucos meses no país antes de cair. No entanto, foi o suficiente para deixar um rombo de milhões de reais em prejuízo a seus investidores.

Em vídeo de março de 2019, o youtuber se defende das acusações de que teria ganho dinheiro com a MMM Brasil. Silva afirma que integrou o esquema entre final de agosto e outubro de 2019 e ele próprio perdeu o equivalente a R$ 2 milhões. Também diz que sua renda atual vem dos investimentos em criptomoedas.

“Como que eu ganhei muito dinheiro nesse sistema se eu não fiquei nem dois meses? Foi de uma hora para outra que ela deixou de pagar”, afirmou no vídeo.

Silva também disse nesse mesmo vídeo que existe “ressentimento” de outros youtubers da comunidade cripto em relação a ele, e que “todos já participaram de esquemas de pirâmides”.

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O que diz Ronaldo Silva

Procurado pela reportagem, o youtuber disse que tomou conhecimento da CashHand por meio de alunos de seu curso sobre bitcoin. E que gostou do que viu, especialmente pela possibilidade de uso do ativo em operações cotidianas.

“Eu fui informado pela equipe de desenvolvimento desta criptomoeda e eles me apresentaram o projeto. Conheci através de alunos do meu curso que me levou até os desenvolvedores”.

Silva voltou a afirmar que criptomoedas são investimentos de alto risco. Mas também disse que, assim como outros youtubers, ele também divulga os projetos com os quais simpatiza.

“Como meu canal fala de criptomoedas eu resolvi apresentar esse projeto pois gostei da proposta. Mas sempre deixando claro os riscos, assim como vários youtubes divulgam vários projetos de criptomoedas”.

Questionado, o youtuber se disse disposto a fazer uma retratação sobre o projeto, caso ele não dê certo. “Mas não tem como saber se é um mal negócio antes do lançamento, pois várias moedas entraram no mercado com grande expectativa e depois morreram”, disse ele.

O que dizem CHND e Crex24

A fala de Silva não bate com a de Makdoney Brito, desenvolvedor da CashHand.

“Eu não conheço ele pessoalmente, apenas sei que ele faz vídeos sobre o mercado das criptomoedas e vende curso sobre esse mercado”, disse ele, quando questionado pela reportagem.

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Sobre acusações de usuários de que a CashHand seria uma fraude, Brito rebate e afirma ser vítima de uma grande injustiça.

“Não fizemos parcerias com nenhum youtuber ou influencer , ate porque não temos dinheiro para pagar esses caras famosos do mercado. [Estamos] apenas com muita divulgação de pessoa para pessoa em diversos grupos sobre criptomoeda”.

Brito confirmou à reportagem que a pré-venda da CashHand foi feita a 5 satoshis cada. “O mercado é decentralizado, quem define a partida são os usuários”, acrescentou.

Já a Crex24 informou por meio da área de suporte — a única que apresenta um endereço para contato — que “infelizmente não pode informar o dia exato” que a criptomoeda que listará.


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