Imagem da matéria: Vírus finge ser tradutor do Google para infectar computadores e minerar criptomoedas
Foto: Shutterstock

Milhares de computadores ao redor do mundo foram infectados por um vírus de mineração de criptomoedas, escondido em um falso aplicativo do Google Tradutor para desktop — um produto que a empresa não disponibiliza.

A ameaça estava ativa desde 2019 em pelo menos 11 países, mas foi identificada pelos especialistas da Check Point Research (CPR) apenas no final de julho. Em relatório publicado no início da semana, a empresa deu detalhes sobre o vírus chamado “Nitrokod”, criado por hackers turcos.

Publicidade

Quando o usuário baixa o aplicativo falso e o vírus escondido é executado, sua máquina é conectada a um servidor externo para obter a configuração do minerador XMRig, que passa a usar o poder computacional da vítima para minerar a criptomoeda Monero (XMR).

O vírus Nitrokod pode ter tido um alto alcance pois estava disponível para download em sites populares como Softpedia e Uptodown. Além disso, ele também aparecia no topo do Google quando os usuários pesquisaram “Download do Google Translate Desktop”, como mostra a imagem abaixo:

do vírus aparece no topo das pesquisas por “Google Translate Desktop download”
Link do vírus aparece no topo das pesquisas por “Google Translate Desktop download” (Fonte: Check Point Research)

Como funciona o vírus Nitrokod

Na análise da Check Point Research, Nitrokod é um trojan criado com um mecanismo de desaceleração para que a infecção da máquina ocorra em vários estágios.

“Após a instalação inicial do software, os invasores atrasam o processo de infecção por semanas e excluem rastros da instalação original. Isso permitiu que a campanha operasse com sucesso fora do radar por anos”, aponta o relatório.

Publicidade

O vírus só é executado pela primeira vez após um mês da instalação do programa, neste caso, do Google Tradutor para desktop. No seu código, há seis estágios de infecção agendados para acontecer ao longo do tempo.

Nesses estágios, o vírus exclui os rastros deixados no computador e passa a analisar o que existe na máquina do usuário. Se tiver antivírus instalado, ele o desativa, bem como altera as regras de firewall para permitir conexões de rede maliciosas. Por fim, instala silenciosamente o minerador para extrair o poder computacional da máquina da vítima.

Essa prática fraudulenta é apelidada de “cryptojacking”, e acontece quando um vírus infecta uma máquina para minerar criptomoedas sem o consentimento do usuário, direcionando o lucro da mineração para a carteira do hacker.

Ele pode ser espalhado de diferentes formas, seja no download de softwares, como no caso do falso Google Tradutor, como de filmes e séries piratas. O risco também existe em sites sem a necessidade de download, como em alguns jogos online.

Publicidade

Aprenda a ganhar dinheiro com Cripto
Você pode ter acesso a um curso exclusivo com os maiores especialistas em cripto para aprender os fundamentos e as técnicas que te ajudam a navegar nas altas e baixas do mercado. Garanta sua vaga aqui!

VOCÊ PODE GOSTAR
silhueta de homem com celular e logo da coinbase no fundo

Coinbase enfrenta críticas por patrocínio “insensível” ao desfile do Exército dos EUA

Alguns usuários de criptomoedas estão irritados com a Coinbase reafirmam crença de que o Bitcoin é inerentemente anti-guerra
moeda de bitcoin com bandeira do brasil ao fundo (2)

Indústria cripto do Brasil aponta risco de êxodo de clientes com nova alíquota e fim da isenção

Temor de empresas da indústria cripto do Brasil é que investidores busquem plataformas sem sede no país ou saíam do mercado
bitcoin

Manhã Cripto: Bitcoin recua para US$ 106 mil em dia de quedas generalizadas no mercado

Com exceção do Bitcoin Cash (BCH) e Tron (TRX), todas as criptomoedas do top 100 estão no vermelho
Imagem da matéria: Governo deve fixar imposto sobre ganhos com criptomoedas em 17,5%; veja o que mudaria

Governo deve fixar imposto sobre ganhos com criptomoedas em 17,5%; veja o que mudaria

Atualmente, a Receita Federal estabelece uma alíquota de 15% se os ganhos com as criptomoedas ultrapassarem R$ 35 mil por mês