Governo da Venezuela vai cobrar impostos sobre cada transação com criptomoedas
Nicolás Maduro, ditador da Venezuela (Foto: Jeso Carneiro/Flickr)

O governo da Venezuela determinou o fechamento dos bancos do país a partir da segunda-feira (16), conforme anúncio feito pelo regulador bancário (Sudeban) no fim de semana. A ação visa combater a propagação do coronavírus.

“Ficam suspensas todas as atividades que envolvam atenção direta a clientes, usuários e público em geral por meio de agências, filiais, escritórios e sedes administrativas em todo o país”, diz a circular assinada por Antonio Morales Rodriguez, chefe do órgão.

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Segundo Rodriguez, não há previsão do retorno dos serviços bancários aos cidadãos; o público já começa a reclamar. 

“Se os caixas eletrônicos funcionassem neste país eu não reclamaria”, disse uma venezuelana no Twitter.

Colapso na Venezuela

Não é de hoje que a Venezuela vem sofrendo uma grave crise em todos os setores do governo. Acuada por sanções econômicas dos EUA, a economia do país há tempos está em colapso devido à hiperinflação. 

Nicolás Maduro quase perdeu o mandato para seu oponente Juan Guaidó. As notas de bolívares, desvalorizadas, agora são pesadas; uma pilha, 1 dólar.

Maduro tentou resolver o problema com o corte de zeros na moeda oficial e com a criação de uma criptomoeda, a Petro, para ser usada como forma de pagamento no país.

Liberou, inclusive, os cassinos para funcionar com a Petro. Mas errou ao querer taxar as corretoras de criptomoedas e os traders, pois ações desse tipo não deixam qualquer novo mercado fluir.

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Outro ponto: sua posição ditatorial e a falta de compromisso com o social o distanciou ainda mais da confiança dos mercados internacionais — ninguém quer pagar petróleo em uma moeda controversa como a Petro.

A criptomoeda não vingou, assim como todas as ações até agora conseguiram resolver o problema da falta de alimento e produtos de higiene. O país está isolado, e agora em quarentena. 

Na fronteira com o Brasil, não se passa mais um venezuelano sequer, visto a determinação do governo que proibiu a passagem por 15 dias — quem descumprir será deportado de imediato.

Bitcoin via P2P

Com a quarentena que já vem ocorrendo desde a terça-feira (17) por determinação de Maduro, vem também o aumento de transações de bitcoin via plataformas P2P.

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A LocalBitcoins, por exemplo, presencia seu maior aumento do ano. No Twitter, a empresa exaltou:

“Durante os tempos difíceis, como a atual pandemia de coronavírus, o bitcoin prova seu valor e nós, da LocalBitcoins, temos orgulho de trazer bitcoin para todos os lugares!”.


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