“Todos os bancos vão explorar criptomoedas nos próximos três anos”, diz ex-CEO do Citigroup

Para Vikram Pandit transacionar dinheiro de papel é complicado e caro
Imagem da matéria: “Todos os bancos vão explorar criptomoedas nos próximos três anos”, diz ex-CEO do Citigroup

Foto: Shutterstock

O investidor e banqueiro Vikram Pandit, ex-CEO do Citigroup, comentou sobre a adoção das criptomoedas por bancos para os próximos três anos, durante um evento em Singapura nesta segunda-feira (08). Segundo falou ao Bloomberg, neste período, a maioria dos grandes bancos, corretoras e outras instituições financeiras vai ingressar na criptoeconomia e passar a oferecer serviços para seus clientes.

“Em um a três anos, todo grande banco ou corretora vai passar a considerar sobre ‘eu também não deveria estar negociando e vendendo ativos de criptomoeda?”, disse Pandit, que é indiano naturalizado nos EUA e atualmente preside o Grupo Orogen.

Publicidade

Pandit disse também que sonha com o endosso dos bancos centrais às criptomoedas. Para ele, diz a reportagem, transacionar dinheiro ao redor do mundo enquanto se tenta modernizar um sistema bancário baseado em papel é complicado e caro. 

“Minha grande esperança é que os bancos centrais de todo o mundo entendam os benefícios de uma moeda digital de banco central (CBDC”, disse Pandit, segundo o site.

Bancos, bancos centrais e as criptomoedas

O aumento das criptomoedas levou os bancos centrais a explorar as moedas digitais. Grandes instituições financeiras já oferecem serviços condicionados à adoção das criptomoedas, como o espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) que já o faz diretamente em sua filial na Suíça, permitindo aos clientes do private banking  negociação e a gestão de bitcoin.

Indiretamente, os  fundos de índice (ou ETFs, na sigla em inglês) ligados a futuros de bitcoin também já estrearem em Wall Street no mês passado — o “Bitcoin Strategy Fund” da ProShares e o ETF “Bitcoin Strategy Fund” da Valkyrie.

Publicidade

As CBDCs, sigla em inglês para ‘moeda digital do banco central’, também avançam como objeto de estudo por bancos centrais de várias jurisdições, como o Brasil, por exemplo, que já estuda o Real Digital e estes são esperados para 2022.

Neste quesito, a China é o país mais avançado. Mas vale lembrar que o Banco Popular da China começou a estudar o assunto em 2014. O primeiro teste do Yuan Digital (e-CNY), um tipo de stablecoin — como provavelmente serão CBDCs estatais — ocorreu no ano passado. Neste ano, o governo chines baniu qualquer atividade com criptomoedas possivelmente para não atrapalhar progresso do e-cny

À frente da adoção das criptomoedas está o governo de El Salvador, o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal, lei que vale desde o dia 7 de setembro deste ano.