O CEO do Telegram, Pavel Durov, propôs levar nomes de usuários e links de canais de sua plataforma ao mercado na forma de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês).
Em uma publicação em seu canal pessoal no Telegram na segunda-feira (22), que possui 651 mil inscritos, Durov sugeriu que milhões de endereços reservados no Telegram poderiam ser leiloados como ativos na blockchain.
“Isso criaria uma nova plataforma onde holders de nomes de usuários poderiam transferi-los para partes interessadas em acordos protegidos — com a propriedade garantida na blockchain via contratos autônomos como NFTs”, explicou.
Durov escreveu que ficou inspirado pela recente venda da blockchain The Open Network (ou TON) de mais de dois mil nomes de domínio “.ton”. A venda totalizou 2.392.002 toncoins, em que cada uma está precificada em US$ 1,34, lucrando mais de US$ 3 milhões.
O nome de domínio que gerou o maior lucro foi “wallet.ton”, vendido por 215.250 toncoins. Na sequência, foram “casino.ton” e “bank.ton”, vendidos por 200 mil e 157,5 mil toncoins, respectivamente.
“Se TON foi capaz de chegar a esses resultados, imagine quão bem sucedido o Telegram, com seus 700 milhões de usuários, seria se colocássemos links de @ nomes de usuários reservados, grupos e canais a leilão”, argumentou o CEO.
“Além de milhões de endereços cativantes ‘t.me’, como @storm ou @royal, todos os nomes de usuários com quatro letras poderiam ser disponibilizados para a venda (@bank, @club @game, @gift etc.).”
“Outros elementos do ecossistema do Telegram, incluindo canais, figurinhas ou emojis, também poderiam se tornar parte desse mercado.”
Por que a TON vendeu nomes de domínio
Originalmente, TON foi criado pelo Telegram, mas o controle da blockchain foi concedido à comunidade The Open Network em junho de 2020.
A empresa foi forçada a abrir mão da propriedade como parte de um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (ou SEC, na sigla em inglês), que enviou uma reclamação ao Telegram por supostamente realizar uma venda não registrada de valores mobiliários por US$ 1,7 bilhão na forma de tokens GRAM.
No entanto, o Telegram ainda está bastante envolvido com a blockchain TON. Agora, o aplicativo permite que usuários negociem diretamente toncoin via robôs que automatizam atividades na plataforma. Apesar de o Telegram permitir a operação desses robôs, não necessariamente os apoia.
Durov afirma acreditar que usar TON para seu próprio plano de leilão seria o melhor uso, dado sua escalabilidade e velocidade. Ele também está confiante de que a empresa possa escrever contratos autônomos “à prova de balas” para a rede, pois foram os inventores de sua linguagem de programação.
“Veremos se podemos acrescentar um pouco de Web 3.0 ao Telegram nas próximas semanas”, concluiu.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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