Stellar investe US$ 750 mil em exchange descentralizada com foco na Nigéria

Apoio visa aproximar a empresa de reguladores
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Protesto em Lagos, na Nigéria (Foto: Shutterstock)

A Stellar Development Foundation (SDF), fundação da rede que suporta a criptomoeda Stellar (XLM), anunciou na segunda-feira (15) o investimento de US$ 750 mil na Cowrie Exchange, fintech baseada em blockchain sediada em Londres, na Inglaterra e com escritório em Lagos, da Nigéria.

Com o aporte, a SDF espera tanto facilitar o caminho das de empresas como a Cowrie, quanto promover parcerias público-privadas em busca de clareza regulatória na região. Isso porque desde fevereiro o governo nigeriano vem investindo contra as empresas de blockchain, bitcoin e criptomoedas.

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No solo nigeriano, a plataforma intermedeia transferências internacionais criptografadas, promovendo aos cidadãos a participação no mercado financeiro global. “A Cowrie fornece pagamentos e serviços de remessas baratos e eficientes para a crescente população nigeriana”, diz o anúncio.

De acordo com a SDF, o investimento fornece recursos para a Cowrie continuar sua expansão em operações nos mercados emergentes, como blockchain, e assim poder desenvolver ainda mais os corredores de pagamento tanto dentro como fora da África, com um foco inicial na Nigéria Isso, ressalta a nota, devido ao seu status de maior economia da África Subsaariana”.

Incertezas regulatórias

“A SDF tem sido um parceiro vital em nossa missão de levar pagamentos transfronteiriços eficientes para a África Ocidental”, disse Gbubemi Agbeyegbe, cofundador da Cowrie. Bayo Adeniji, CEO da fintech, também comentou e disse estar entusiasmado em poder continuar a fornecer serviços de pagamento transfronteiriço B2B entre a Nigéria, a Europa e os EUA e em total conformidade com as leis nigerianas.

A Fundação ressaltou que o investimento ocorre em um momento de incertezas regulatórias e de debate público sobre criptomoedas no país, diante das investidas do Banco Central da Nigéria (CBN). Acrescentou também que a Cowrie tem se aproximado de reguladores relevantes para tentar persuadi-los a criarem uma regulamentação apropriada para as empresas do setor criptomoedas no país.

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Denelle Dixon, CEO da SDF, disse que a Fundação não está apoiando a causa apenas financeiramente e que tem o compromisso de brigar por uma política correta acerca das questões regulatórias para a tecnologia blockchain. Ela ressaltou que o intuito é promover uma estreita colaboração e parceria entre os setores público e privado.

Reguladores da Nigéria contra o Bitcoin

Reguladores da Nigéria vem tentando conter o uso do bitcoin e demais criptomoedas para o envio de remessas desde fevereiro, quando o CBN proibiu as instituições financeiras de processar transações decorrentes de criptomoedas.

A determinação afeta diretamente o povo nigeriano, por serem responsáveis por um dos maiores volumes globais de negociações de criptomoedas entre pessoas (P2P), de acordo com a Paxful.

O CBN, inclusive, lançou o programa “Naira 4 Dollar Scheme“ em que oferece 5 nairas (cerca de R$ 0,015) por cada dólar americano que for recebido pelos canais financeiros tradicionais.