Bank of America (ou BofA, na abreviatura em inglês) talvez tenha dado o melhor elogio que um grande banco americano poderia dar a uma criptomoeda: compará-la à maior rede de cartões de crédito do mundo.
“Solana pode se tornar a Visa do ecossistema de criptoativos”, afirmou Alkesh Shah, estrategista global de ativos digitais e cripto do banco, em nota de pesquisa publicada na terça-feira (11).
Ele citou as mais de 400 aplicações descentralizadas (ou dapps) na rede Solana, que integra tudo, desde corretoras ponto a ponto a mercados de tokens não fungíveis (ou NFTs).
Enquanto isso, a Ethereum pode se tornar o blockchain para “transações de alto valor e casos de uso de identidade, armazenamento e de suprimento de fornecimento”, afirmou Shah.
Há tempos, veteranos cripto comparam as transações por segundo (ou TPS) possíveis em blockchains àquelas realizadas em redes de cartão de crédito. Visa afirma que pode teoricamente lidar com cerca de 34 mil TPS, mas sua média é de 1,7 mil.
O TPS frequentemente registrado para a Ethereum é de 15. Não é muito, dada a demanda das dapps que são constantemente “on-chain” (processadas no blockchain). Com espaço limitado, taxas de transação na rede são geralmente medidas em dígitos duplos e em dólares.
Solana x Ethereum
Conforme vários projetos estão tentando solucionar os problemas de escalabilidade da Ethereum, incluindo por meio de sidechains na Polygon e rollups na Arbitrum, o congestionamento não será reduzido drasticamente até o lançamento completo da Ethereum 2.0.
Vitalik Buterin, criador da Ethereum, afirmou, em junho de 2020, que a futura rede poderá chegar a 100 mil TPS.
Solana faz Ethereum e Visa comerem poeira com suas próprias estimativas, apresentando um limite teórico de 65 mil TPS a frações de um centavo.
Mas a comparação do BofA não é completamente elogiosa.
“Solana prioriza a escalabilidade, mas um blockchain relativamente menos descentralizado e segura possui suas desvantagens, ilustradas por diversos problemas de desempenho da rede desde sua criação”, explicou Shah, referindo-se a uma paralisação de rede em setembro e diversos problemas menores.
Isso dá uma chance a outras redes. Shah mencionou não apenas a futura atualização da rede Ethereum, como também Avalanche, argumentando que esta “tenta encontrar um meio-termo” entre a segurança da Ethereum e a velocidade do Solana, o que poderá torná-lo no melhor blockchain para Finanças Descentralizadas (ou DeFi) e empresas.
Porém, Shah foi cuidadoso ao alegar que não precisa haver apenas um blockchain (fora o Bitcoin) para dominar tudo; cada um deles pode funcionar melhor com diferentes casos de uso.
Em relação ao Solana, ele afirmou: “Sua capacidade em fornecer alto processamento, baixo custo e facilidade de uso cria um blockchain otimizado para casos de uso para clientes, como micropagamentos, DeFi, NFTs, redes descentralizadas (Web 3) e jogos”.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.